O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fez mais uma sinalização nesta sexta-feira de que considera ser candidato à Presidência. Leite foi derrotado nas prévias tucanas pelo governador de São Paulo, João Doria, mas vê seu partido resistir ao paulista que patina nas pesquisas de intenção de voto e sofre com alta rejeição. O gaúcho está em conversas com o PSD do ex-ministro Gilberto Kassab , mas também recebeu sondagens do União Brasil, partido recém criado e resultado da fusão do DEM com o PSL.
Ao falar para um grupo de empresários da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul, na serra gaúcha, Leite discorreu sobre o cenário nacional e se colocou como uma espécie de “caminho alternativo” para a polarização política representada pelo ex-presidente Lula e presidente Jair Bolsonaro.
— Estou sendo provocado sobre o cenário nacional. Olha, passar um cavalo encilhado já não é fácil. Passar dois não dá para desprezar — disse Leite, que ainda complementou: — E se for de fato algo consistente e a gente tenha apoio para isso, eu tenho coragem de me colocar à disposição para apresentar um caminho alternativo.
A pessoas próximas, Leite não esconde seu entusiasmo com uma candidatura nacional.
Ele se preocupa, porém, com o prazo curto para tomar a decisão, o que inclui renunciar ao cargo de governador até abril. O governador também tem dito que só seria candidato se houvesse um movimento de forças de centro que apoiassem o seu nome como opção para a terceira via. Desde dezembro, o gaúcho já esteve quatro vezes com Kassab – o último encontro foi na segunda-feira. Apesar das dificuldades e prazo exíguo, aliados avaliam que Leite tende a ser candidato ao Palácio do Planalto.
Ao mesmo tempo, ele tem sido cobrado por seu grupo político para ser candidato à reeleição, o que implicaria em quebrar uma promessa sua de que não disputaria o cargo. O governador tem resistido, mas seu entorno teme que ele não consiga emplacar um sucessor no estado.