Entenda como Kanye West (ou Ye) criou um problema de US$ 1,3 bilhão para a Adidas.
A Adidas não sabe o que fazer com um estoque de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,6 bilhões) em tênis e roupas produzidos sob a parceria com Kanye West, rapper agora conhecido como Ye.
ENTENDA
O acordo que criou a marca Yeezy em 2015 foi desfeito pela fabricante em outubro do ano passado após o cantor ter publicado comentários antissemitas em redes sociais.
A Adidas disse que continuou produzindo os itens da parceria para evitar a demissão de milhares de pessoas envolvidas. Agora, ela tem quatro opções na mesa sobre o que fazer com eles:
- Doas os produtos. O que pesa contra: há um temor de que isso crie um mercado paralelo, com os tênis sendo comercializados a um preço bem mais alto.
- Destruir o estoque. O que pesa contra: pegaria mal para a pegada sustentável que a companhia vem trabalhando para construir.
- Tirar a marca Yeezy dos itens. O que pesa contra: a companhia disse que não considera essa opção porque mesmo assim o rapper teria um percentual sobre as vendas.
- Vender os produtos e doar o dinheiro arrecadado. O que pesa contra: o cantor também receberia uma parte da receita, mas que ficaria limitada ao estoque já produzido.
Essa última opção parece ser a preferida pela companhia.
“Se vendermos o estoque, prometo que as pessoas que foram prejudicadas por isso também obterão algo de bom com a venda”, disse na quarta (8) Bjorn Gulden, o CEO que recém assumiu o cargo após ter saído da rival Puma.
IMPACTO
Abalada pela queda de consumo na China com as políticas de restrição e pela saída da Rússia após a Guerra da Ucrânia, a Adidas registrou tombo de 66% no lucro operacional, para 669 milhões de euros.
Pensando em 2023, sem os 500 milhões de euros de lucros estimados para o estoque de US$ 1,3 bilhão da marca Yeezy, o CEO disse que será “um ano de transição”, com lucro operacional perto de zero.