Um juiz do Rio Grande do Sul, Jerson Moacir Gubert, é alvo de uma investigação sigilosa relacionada ao armazenamento e compartilhamento de materiais de pornografia infantil. A confirmação do afastamento de Gubert foi anunciada pelo presidente do Tribunal de Justiça do RS, desembargador Alberto Delgado Neto, na tarde de quarta-feira (18). A apuração foi revelada por Vítor Rosa, da RBS TV, e Lucas Abati, do GZH.
A investigação começou após a emissão de um mandado de busca e apreensão que foi cumprido em agosto na residência do magistrado, em Porto Alegre. Durante a operação, as autoridades apreenderam computadores e HDs que serão submetidos a análise pericial. O processo se desenvolve em um contexto de seriedade, dado o cargo ocupado por Gubert, que é juiz desde 1994 e atualmente preside a 4ª Turma Recursal Cível, que atua como segunda instância para recursos de decisões de Juizados Especiais.
A defesa do juiz, representada pelo advogado Nereu Giacomolli, expressou sua indignação com a “publicização da investigação”, ressaltando que a defesa nega veementemente qualquer prática ilícita por parte de Gubert. “Ficamos estarrecidos com a maneira como a informação foi divulgada, considerando o impacto que isso tem na vida pessoal e profissional de um magistrado”, afirmou Giacomolli.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul também se manifestou sobre o caso, informando que já tomou as medidas cabíveis, mas optou por não divulgar mais informações devido à natureza sigilosa do processo, que tramita em segredo de justiça. A situação levanta preocupações sobre a transparência e os procedimentos envolvidos em investigações que envolvem figuras públicas do sistema judiciário.
Além do Procedimento Investigatório Criminal (PIC) conduzido pelo Ministério Público, Jerson Moacir Gubert enfrenta um processo administrativo disciplinar (PAD) no Tribunal de Justiça do RS, com acompanhamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília.
AMPOST