Brasil – Cerca de 50 jovens realizaram um ato cobrando por justiça para a morte do congolês Moïse Kabagambe e outras vítimas de racismo, na madrugada desta quinta-feira (3), em frente ao quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. No local, três homens espancaram Moïse até a morte no dia 24 de janeiro.

Os manifestantes vestiam preto e ocuparam uma faixa da Avenida Lúcio Costa e chegaram a colocar fogo em pneus na via. Mas, de modo geral, o ato foi pacífico.

Nesta quinta, agentes da Delegacia de Homicídios vão ouvir o policial militar que é dono do quiosque Biruta, vizinho ao Tropicália. Um dos três agressores presos nesta terça (1°) trabalhava no quiosque Biruta.

Uma testemunha do espancamento do congolês afirmou à polícia que tentou pedir auxílio a guardas municipais ao ver as agressões, mas os agentes se negaram a ajudar.

A testemunha, então, afirma que pediu ajuda aos guardas neste momento, e não foi atendida. Disse que, então, desceu para chamar o marido e que quando ambos subiram para tentar socorrer ou ajudar o congolês, viram o homem amarrado. Ela afirma que o marido reparou que Moïse estava morto.

Apesar de o congolês Moïse Kabagambe ter sofrido pelo menos 30 pauladas antes de morrer, os presos pelo crime – Fábio Pirineus, Aleson Cristiano e Brendon Silva – negaram em seus depoimentos à Polícia que a intenção deles fosse matar. Aleson afirmou que o congolês estava embriagado, agressivo e ameaçando pessoas antes do espancamento.

“Existe uma tentativa de transformar ele na pessoa que gerou o resultado da própria morte. Falar que ele estaria alcoolizado, que estaria alterado”, pontuou.

Rodrigo Mondego, que é da Comissão de Direitos Humanos da OAB, declarou que Moïse era trabalhador e estava indo ao quiosque buscar a remuneração dele.

“Moise era trabalhador e ele era remunerado por isso. A polícia ainda tenta descobrir a motivação do crime. Mas Moïse não era uma pessoa bêbada como estão dizendo”, afirmou Mondego.

*Com informações G1