Foto: Divulgação/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto

Sem condições financeiras para sair do interior, a estudante do município de Itapiranga (distante 227 quilômetros de Manaus), no interior do Amazonas, Rilary Manoela Coutinho, de 18 anos, pode perder a vaga dos sonhos no curso de Engenharia Civil, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A jovem alcançou a nota máxima, os mil pontos, na redação do Exame Nacional do Ensino Médio 2022 (Enem) 2022 sem acesso à internet em casa e sem cursinho pré-vestibular, estudando apenas com livros emprestados pela escola.

A jovem, que pretende cursar Engenharia Civil, está entre os 24 alunos da rede pública de todo o Brasil a alcançar a nota 1000. A prova foi aplicada nos dias 13 e 20 de novembro de 2022, para mais de 5 milhões de jovens, no Brasil. Hilary usava os intervalos das aulas para intensificar os seus estudos.

“Eu estudava em tempo integral e nos intervalos das aulas, continuava estudando. Além disso, ao chegar em casa, descansava por algumas horas e logo retomava a rotina”, explicou a jovem.

Depois das dificuldades enfrentadas, a situação financeira da família no momento não permite que ela possa morar longe de casa e se dedicar aos estudos. Conforme Rilary, mesmo sem saber como havia sido seu desempenho no Enem, já havia conversado com a família sobre continuar estudando para fazer os vestibulares que são das próprias universidades e tentar ingressar somente em julho desde ano.

“Tenho muita determinação e vejo que muitas pessoas do interior também têm. Às vezes, querem cursar até mesmo cursos menos disputados, mas precisam se deslocar até Itacoatiara e Manaus. Muitas coisas impedem a gente de ir para a faculdade. Inclusive questões financeiras. Do que adianta tirar notas altas? Vendo toda essa situação, de se esforçar e mesmo assim não conseguir realizar o sonho de estudar, vai diminuindo muito as nossas expectativas. Me sinto injustiçada”, declarou.

Em 2022, Rilary foi aprovada no vestibular da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), para o curso de Engenharia de Materiais. Porém, não conseguiu se deslocar do seu município até o campus e efetivar a matrícula. O preço de R$ 78 pela viagem comprometeria o orçamento familiar.