A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), iniciou nesta quarta-feira, 4/1, a Jornada Pedagógica da Educação Escolar Indígena, na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM), com os gestores das quatro escolas indígenas municipais. O encontro finaliza nesta quinta-feira, 5/1, com os responsáveis dos Espaços de Estudos da Língua Materna e Conhecimentos Tradicionais Indígenas. (EELMCTI).
Na oportunidade, os educadores vão debater sobre o Referencial Curricular para Educação Escolar Indígena, Currículo Educacional Municipal, Componente Curricular de Língua Indígena e Diretrizes Pedagógicas da Educação Escolar Indígena de Manaus.
Em toda a Semed, são quatro unidades de ensino de educação indígena, 22 Espaços de Estudos, localizados nas zonas urbana e ribeirinha, beneficiando 580 alunos da educação infantil e do 1º ao 9º ano, com total de 34 línguas indígenas, abrangendo 45 etnias, como tikuna, baré, baniwa, karapanã, kambeba, sateré mawe, tukano, entre outras.
De acordo com o assessor pedagógico da Gerência de Educação Escolar Indígena (GEEI) da Semed, Glademir Sales, responsável pela formação dos educadores, a jornada busca socializar os métodos, que serão utilizados no ano letivo, com um calendário próprio, o qual inicia na sexta-feira, 6/1, e vai até outubro.
“A jornada está marcando um novo tempo, quando vamos debater daquilo que foi construído. Nós construímos com os professores, gestores e lideranças indígenas um currículo próprio. Nesse currículo, a novidade é justamente o componente curricular da língua indígena. Nós vamos discutir toda aplicação desse processo ensino-aprendizagem em torno daquilo que é mais rico na cultura e na memória dos povos indígenas, que é a língua materna, pois marca a especificidade da educação escolar indígena”, comentou.
A escola indígena municipal Kunyata Putirá, localizada na comunidade São Thomé, com total de 21 alunos na educação infantil e do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, que atende as etnias baré, tariana e tikuna, foi uma das quatros unidades de ensino que participou do encontro. Para a diretora, Miriam Leite, que trabalha na escola a língua Baré, a jornada ajuda no processo de ensino aprendizagem com os alunos.
“Esse novo conhecimento será transmitido para cada um, porque eles vão saber de tudo que a escola vai fazer durante o ano letivo. Com isso, damos uma contribuição a todos e colhemos os resultados positivos de toda jornada não só aqui, mas também em nossa comunidade”, disse.
Prioridade
A educação indígena é uma das prioridades da gestão David Almeida, que sancionou, em setembro de 2021, a Lei n° 2.781/2021, a qual trata sobre a criação da categoria da escola indígena, além de dispor sobre a elaboração de cargos de profissionais de Magistério Indígena, regularização dos espaços de estudos da língua materna e conhecimentos tradicionais indígenas em unidades da Semed.
— — —
Texto – Paulo Rogério / Semed