Irritada com o contra-ataque de João Doria, que ameaçou implodir o PSDB de São Paulo em troca de apoio público – e jurídico – à sua candidatura presidencial pelo PSDB, a cúpula do partido deu sinal verde a Eduardo Leite para buscar – e selar – apoios entre MDB, União Brasil e outros partidos.
A ideia é que Leite, que ficou no PSDB com a promessa de que Doria vai desistir no meio do ano se não decolar nas pesquisas, já assuma que é candidato, com aval dos caciques tucanos, por partidos aliados. Assim, ele teria uma estrutura pronta para assumir o posto de candidato do PSDB à Presidência da República.
Bruno Araújo, presidente da sigla, e outras lideranças do partido acreditam que Leite precisa antecipar os arranjos de palanques com outros partidos, uma vez que está mais do que claro que, se Doria puder adiar ao máximo a entrada de Leite em campo, ele o fará.
O movimento de Doria, que deixou vazar que poderia deixar a candidatura presidencial e, assim, permanecer no governo de São Paulo tirou a cúpula do PSDB do sério. Nos bastidores, os tucanos que trabalham por Leite afirmaram ao blog que Doria conseguiu “enquadrar” publicamente o partido em apoio à sua pré-candidatura, mas não calculou que sua ação também pode passar a mensagem de que, se ele cogitou abandonar sua pré-candidatura presidencial, nem Doria acredita nas suas chances ao Palácio do Planalto.
Outra preocupação da cúpula do PSDB é com a imagem de Rodrigo Garcia atrelada a Doria. O governo de São Paulo é prioridade para o partido.
Já Doria, a auxiliares, diz que não houve um “circo”, como tucanos chamaram ao blog sua articulação ontem. Ele repete que “estratégia não é circo” e que buscou, além do posicionamento público do PSDB, exposição de mídia para seu anúncio e também dar uma manifestação de força de que não está fora do jogo presidencial.
Mas, na prática, a pré-candidatura de Doria dentro do PSDB está sendo tratada como uma sobrevida – e querem correr com a candidatura paralela de Eduardo Leite.
Fonte: G1