As prefeituras das principais capitais do país devem concluir nesta semana a entrega dos avisos de cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de 2022. O contribuinte terá a opção de pagar à vista, com desconto de 3%, ou parcelar o valor em até 10 vezes.
Entretanto, muitos contribuintes ainda se perguntam sobre as vantagens de pagar o valor integral ou dividir o imposto. Especialistas ouvidos pelo iG se dividem sobre o assunto.
Para quem está com as finanças em dia, o recomendado é pagar o imposto à vista. Além de ser mais barato, o pagamento total do imposto deixa o contribuinte fora da rota do endividamento neste ano.
“Se a pessoa já se preparou para esse imposto e tem o valor todo, é melhor pagar à vista e obter o desconto. Não é lá grande coisa, mas é sempre importante para o nosso bolso”, afirma a educadora financeira Cíntia Senna.
“Todos nós sabemos que esse imposto está previsto para todo começo de ano. É importante o planejamento para evitar inscrição na dívida ativa, além da dor de cabeça sobre a possibilidade de perder o imóvel”, ressalta.
Na visão de Cíntia, o contribuinte deve ficar atento às suas contas e verificar quais caminhos são os melhores para manter a saúde financeira. Se elas não estiverem equilibradas, o parcelamento é mais indicado.
“Se essa família não se preparou para pagar o imposto à vista ou está com as finanças desequilibradas, a indicação é pelo parcelamento do IPTU. É possível dividir o valor em até dez vezes. Diluindo o valor, o contribuinte consegue se organizar para evitar o endividamento”, explica.
O coordenador do curso de Administração do Ibemec-SP, Cristiano Corrêa, no entanto, vê uma brecha para que o contribuinte ganhe mais dinheiro, caso for parcelar o imposto. Segundo ele, investir o dinheiro em renda fixa poderá garantir o pagamento do IPTU, além de liberar cerca de R$ 300 para o investidor.
Na conta feita por Corrêa, a pedido do iG, foi considerado um valor de imposto em R$ 10 mil. Aplicando o valor em CDB, o contribuinte deverá receber, em média, R$ 77.
“Descontado o primeiro mês da parcela, o contribuinte terá R$ 9.077. Ele vai rendendo conforme os juros forem contando. Isso, claro, considerando os índices atuais. No final do ano, quando chegar na última parcela, ele terá em conta mais de R$ 300”, afirma.
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O especialista alerta ainda para quais investimentos devem ser colocado os valores, nesse caso. Apenas o CDB e o CDI possuem essa rentabilidade no momento e podem ser apostas bem seguras.
Ambos os investimentos dependem da Taxa Selic, que atingiu 10,75% no começo do mês. O Comitê de Políticas Monetárias (Copom) deverá ainda aumentar a taxa em, pelo menos, 1,25 ponto percentual, o que aumentará o lucro da renda fixa ao longo do ano.
“Bancos digitais e até alguns tradicionais estão oferecendo rendimentos de 100% do CDB ou CDI por colocarem valores na conta-corrente. É um bom investimento para quem já tem todo o dinheiro e irá pagar parcelado”.
‘Vale lembrar que quem não tem o valor todo, sempre parcele. Não se endivide em momento de crise como estamos passando”, ressalta.
Cuidados com a saúde financeira
A educadora financeira Cíntia Senna explica ser preciso ficar atento às contas do mês para evitar o endividamento. Separar o valor para o imposto e manter reservas financeiras para caso de emergência são fundamentais para evitar uma “bola de neve”.
“Sempre é importante guardar um valor para evitar surpresas na hora de pagar uma conta. Assim que receber, guarda uma parcela do IPTU já para o próximo ano. O ato de guardar é uma alternativa para obter reserva financeira e assumir seus compromissos financeiros”.
Cíntia recomenda ainda a análise do boleto que está pagando para evitar situações de fraudes com o carnê do imposto.
“Aconselho o contribuinte a fiscalizar o que está pagando, se aquele boleto está certinho, correto, a identificação do imposto ou da conta e conferir o beneficiário do valor quando for passar o código de barras pelo aplicativo do banco ou perguntar para o funcionário do banco para onde o valor está sendo enviado”, lembra.
“Infelizmente estamos suscetíveis a muitas situações de fraude, então é importante observar isso. Também é importante para não se atrapalhar financeiramente. Olhar para as suas contas, entender, conhecer essas dívidas e fiscalizar cada entrada e saída de recursos. Com isso, é possível o contribuinte verificar com o que está gastando, se está com muita conta e poder evitar o envidamento com mudanças de hábitos”, completa.