Um produtor rural de Guaíra, no oeste do Paraná, foi atacado na última semana por indígenas enquanto realizava o plantio da soja. O agricultor, que estava em um trator, foi alvo de flechadas e garrafadas. A tensão no campo aumentou após o Supremo Tribunal Federal e o Congresso divergirem sobre regras para a demarcação de terras indígenas. Confira um trecho da conversa que tive com o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.
Há uma escalada de violência no estado do Paraná, uma crescente tensão no campo entre agricultores e indígenas?
Sim. A situação que se encontra na região de Guaíra muito nos preocupa e nós, o Sistema FAEP viemos alertando tanto o governo estadual quanto o governo federal sobre as ações dos ditos indígenas que, inclusive, já foi comprovado que são índios do Paraguai vindos ao Brasil reivindicar terras no país vizinho. E que a ineficiência da Força Nacional e do governo federal está cada vez mais aumentando a violência na região.
A sua avaliação é que a questão do Marco Temporal, essa relativização do direito de propriedade, que quando havia clareza no Marco Temporal, que dizia exatamente quando terras poderiam ser demarcadas como indígenas, a relativização desse conceito foi o que levou a essa crescente tensão?
Sim, sem dúvida. Existia uma lei que foi questionada. O Congresso Nacional Trabalhou arduamente, todos aprovaram a lei, a lei foi sancionada. E simplesmente, que eu saiba, nós população temos que fazer uma lei que uma vez instituída cumpra-se a lei. Aí vem o Supremo Tribunal Federal querendo questionar a lei criada. Nós acreditamos que a alçada do Supremo Tribunal não é questionar a lei e sim fazer a validação das audiências que a lei assim emprega. Se tem problema com a lei, a lei tem que ‘botar’ no Congresso Nacional e os nossos congressistas, sim, deliberar sobre isso. Não sendo feito dessa forma como que está.
O que me deixa pasmo é que o direito de propriedade está sendo totalmente rasgado. E aí o produtor é invadido e apedrejado dentro da sua terra e se ele responder a qualquer ação, a Força Nacional irá, sim, penalizar o proprietário da área não os ditos indígenas. Haja visto a outra matéria que passou que os indígenas começaram uma briga com a Força Nacional onde o fuzil da Força Nacional foi roubado e até o presente momento ninguém falou onde que está esse fuzil.
Já já os índios estão se armando com as armas da nossa Força Nacional contra a própria população brasileira. Isso é inadmissível. Precisamos ser mais enérgicos e ter pessoas no governo federal preocupadas efetivamente com essa causa, sair dos tribunais e realmente transformar isso em efetividade porque a escalada de violência está começando a preocupar todo o Paraná e o Brasil.