Em 2021, de acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas elaborado pelo escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), cerca de 275 milhões de pessoas usaram drogas no último ano no mundo. No mesmo período, mais de 36 milhões desses usuários sofreram de transtornos associados ao consumo de drogas.

Em outro levantamento feito pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a estimativa é que o uso nocivo de álcool seja responsável por mais de 3 milhões de mortes por ano, além de ser um fator determinante para a causa de mais de 200 doenças e lesões, além de perdas sociais e econômicas relevantes. 

Diante dos números, a Organização Mundial de Saúde (OMS) trata o uso indiscriminado de álcool, fármacos e drogas psicoativas como doença de proporções globais. No Brasil, o dia 20 de fevereiro é dedicado ao Combate às Drogas e ao Alcoolismo e é um um alerta para a necessidade de ampliar ações de cuidados preventivos e debates sobre as consequências dessa relação de dependência para a saúde global e a sociedade. 

Para o médico psiquiatra Kleber Oliveira, o debate acerca das drogas e do alcoolismo é cada vez mais importante diante da forma como o uso de algumas substâncias são toleráveis pela sociedade. “ O álcool, assim como o tabaco, têm um certo nível de aceitação na sociedade, apesar deste último estar mais restritivo atualmente. Ambos são vistos como algo recreativo, mas o problema não está somente nas substâncias, e sim na quantidade, na frequência de consumo e nos impactos para organismo de cada ser humano”, pontua o pontua o profissional.

Em relação ao uso de outras substâncias, especialmente as psicoativas, Kleber alerta para a dependência e os riscos para além da saúde mental. “Com o aumento da intensidade de uso, vem a dependência e o que era recreativo passa a ser nocivo ao usuário, prejudicando a qualidade de vida em todos os sentidos. Quando estabelecida a dependência química, o melhor lugar para iniciar um tratamento é no Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas”, explica o psiquiatra.

Nestes casos, pontos importantes que devem ser observados pelo usuário ou pessoas próximas é se o uso constante das substâncias está interferindo na relação familiar ou na situação financeira. Sintomas como insônia, irritabilidade e falta de concentração também são importantes, principalmente se eles ocorrem quando não há um uso da droga ou do álcool. 

Tratamento
No Pará, o atendimento a essa parte da população é feito por meio de atuação estratégica em Unidades Básicas de Saúde (UBSs), nos 87 Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) sediados em todo o Estado, seguindo as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde (MS).  A Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC) integra essa rede de atendimento, oferecendo assistência nos casos de urgência em saúde mental.

Fonte: Governo PA