O Jiu Jitsu é uma modalidade de arte marcial brasileira baseada na luta e finalização. A arte transformada em esporte conseguiu se espalhar e conquistar os brasileiros, tornando-se algo em que todos podem participar e criando grandes atletas. No Amazonas não foi diferente, o mesmo chegou a se tornar o estado que domina o brasileiro de jiu jitsu, acumulando 124 medalhas, das crianças até o master, sendo 54 de ouro, 50 de prata e 20 de bronze, números que superaram todas as expectativas segundo Elvys Damasceno, atual presidente da Federação de Jiu-Jitsu do Amazonas (FJJAM). Os amazonenses conquistaram o primeiro lugar no pódio, não apenas no Brasil, mas internacionalmente.
Entre eles, iremos contar a história do paratleta e treinador, Ender Rodrigo Santos de Oliveira, de 39 anos, faixa preta de jiu-jitsu, que tem representado o estado em competições ao redor do mundo. Nesta matéria especial, mergulharemos na trajetória inspiradora de Ender Rodrigo Santos, explorando suas conquistas, desafios enfrentados e seu impacto no cenário internacional do jiu-jitsu.
Ender Rodrigo Santos, teve seu primeiro contato com o jiu jitsu quando tinha 12 anos, não imaginava que a arte marcial afetaria de forma positiva a sua vida pessoal e profissional, e que seria de grande relevância para a sua recuperação, após sofrer um acidente de trânsito. O processo de recuperação, foi um dos seus maiores desafios, tudo isso exigiu muito de Ender Rodrigo, que trabalhou dia e noite para dar a volta por cima depois do acidente que sofreu. O mesmo contou com ajuda de um grande profissional, que contribuiu para a sua readaptação.
“Tenho uma deficiência na perna direita depois do acidente que sofri, um caminhão me atropelou em 2012 a caminho do trabalho. E me ajudar a superar o acidente, o jiu jitsu foi muito bom.”
“O meu maior desafio pessoal, foi aguentar as dores das lesões. Na execução da readaptação do corpo, da força e da mente para não sabotar o processo, eu treinava de manhã, em seguida, comecei a fazer preparação física em Box de Crossfit que era perto do projeto no Dom Pedro CAF. Depois conheci um profissional do jiu jitsu de alto rendimento, professor Tonny, treinava com ele às 12 horas e às 18 horas preparação física”.
A sua paixão pela modalidade começou com um projeto social, onde participou pela primeira vez em um campeonato de jiu-jitsu, depois disso, resolveu dedicar-se profissionalmente à arte marcial.
“Existia um projeto social que ensinava jiu-jitsu de baixa renda, os alunos não queriam competir, então tive que competir, os resultados no início das competições não foram tão satisfatórios, passei a estudar e buscar alguma forma profissional de fazer as coisas acontecerem, e por fim aconteceu. Tive o apoio do treinador Melqui Galvão, que ajudou na continuidade da minha formação profissional como paratleta profissional e treinador. Hoje ajudo crianças e jovens a terem uma vida melhor através do jiu-jitsu”.
Ender Rodrigo ganhou diversos campeonato a nível local, nacional e internacional , alguns deles foram o Campeonato Amazonense, Nacional AJP Brasília, AJP Cuiabá, Seletiva Abu Dhabi em Manaus e de grande destaque o Campeonato Mundial de jiu jitsu em Abu Dhabi no ano de 2019, que foi sua maior conquista.
“O Campeonato Abu Dhabi foi um marco, onde pude ver o quanto o esporte cresceu tanto convencional como no paradesporto, foi um sonho realizado de criança em se tornar um campeão mundial, trabalhei duro para conquistar o mérito, cada título meu tem muita expressão mas esse é o mais especial ”.
Atualmente Ender é treinador de jiu-jitsu na Academia Perna System Filial Nabil, seu compromisso agora é contribuir na formação de cidadãos do bem, ensinando arte marcial e motivando jovens a se tornarem grandes atletas. Ender Rodrigo é um exemplo de dedicação, talento e determinação no mundo do jiu-jitsu. Sua jornada inspiradora, desde o Amazonas até o cenário internacional, mostra como os atletas locais podem conquistar reconhecimento e representar com orgulho sua região. Com suas conquistas, Ender Rodrigo continua inspirando outros a seguirem seus passos e deixando um legado duradouro no esporte.
Por Lara Bernardes
