Daniel Bialski, advogado da deputada federal Carla Zambelli, disse nesta segunda-feira (21), em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, que foram assessores da parlamentar que contrataram o hacker Walter Delgatti. Ele afirma, ainda, que “não existe nenhum pagamento feito pela deputada ao Walter” e que ela foi descuidada a tê-lo como prestador de serviços sem conhecê-lo bem.
“O que existe, é essa empresa de assessoria, que tem um contrato respectivo para prestação de serviço [para Zambelli], e pagou ele [o hacker], mas não teve continuidade porque o hacker não entregou o que disse que poderia fazer”, afirma.
Bialski afirma que Zambelli não sabia detalhes sobre Delgatti. “Não se tinha conhecimento que ele era essa pessoa que deturpava, criava fatos, que inventava. O que se sabia é que ele era alguém que poderia trazer algum elemento para provar o que se dizia da fragilidade das urnas eletrônicas. Esse foi o único intuito dela leva-lo à presença do presidente Jair Bolsonaro, para se falar disso”.
Sobre foto de Zambelli com Delgatti, publicada em uma rede social da deputada com a legenda “o homem que hackeou 200 autoridades entre ministros do Executivo e do Judiciário brasileiro”, o advogado disse que sua cliente só consultou o hacker para saber se as urnas eram ou não confiáveis.
“Esta foto é a maior prova de que ela nunca negou que se encontrou com ele, mas isso não quer dizer que ela se associa a ele para a prática de crimes”, afirmou.
Questionado sobre se a cliente faria uma delação premiada, Bialski respondeu “jamais”.
O advogado da deputada diz que Carla Zambelli foi descuidada com relação ao hacker Walter Delgatti. “Ela não tinha conhecimento pleno de quem era ele de verdade”, diz.
Hacker mitomaníaco
Bialski tenta classificar Delgatti como mitomaníaco —pessoa com diagnóstico de mitomania, transtorno psiquiátrico que faz com que o portador minta compulsivamente. “Existe no inquérito policial dizendo e classificando o hacker como alguém que deve ser tido como mitômano.”
Ainda de acordo com ele, a informação constaria “mais de uma vez” em um relatório da Polícia Federal sobre o caso. “A vida dele é uma completa mentira. Está isso no inquérito. Ele falsifica endereço, nome, telefone. Ele tem diversos processos aonde também usou o artifício da mentira.”