O ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou um texto ao presidente Jair Bolsonaro, a colegas da Esplanada dos Ministérios e a membros da equipe econômica se posicionando contra reajustes salariais em todas as categorias de servidores federais. De acordo com a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, onde trechos foram divulgados, o texto foi enviado no domingo (26).
Na carta, o ministro compara um possível reajuste salarial à tragédia de Brumadinho. “Temos que ficar firmes. Sem isso, é Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos até explodir barragem e morrerem todos na lama.”
Guedes diz que “quem pede aumento agora não quer pagar pela guerra contra o vírus”. “Estamos em economia de guerra contra a pandemia”, escreveu.
O texto vem em meio a reajustes apoiados por Bolsonaro de policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários. Na quarta-feira (29), 30 categorias do serviço públicos devem fazer uma paralisação pedindo por reajuste salarial generalizado.
Guedes argumenta que reajustes poderiam ser feitos apenas depois de uma reforma administrativa. “Sem isso, reajuste geral para o funcionalismo é inflação subindo”. Segundo ele, a reforma cortaria “R$ 30 bilhões por ano e, assim, poderia aumentar 10% dos salários do funcionalismo após a reforma”. O ministro ainda afirma que a reestruturação das carreiras federais pode ser uma solução.