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O Governo do Paraná foi condenado a indenizar três mulheres que acusam um policial militar de estupro e importunação sexual. Segundo as investigações, os crimes aconteceram em Londrina, no norte do estado, entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano. Câmeras de segurança flagraram o homem entrando e saindo do local onde as vítimas afirmam ter ocorrido os crimes.

O agente está preso desde janeiro, mas ainda não passou por julgamento. Saiba mais abaixo.

A decisão do juiz Marcos José Vieira, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, determina o estado a pagar R$ 20 mil para a vítima de importunação sexual e R$ 40 mil para cada uma das duas vítimas de estupro.

A indenização é relativa a danos morais.

O advogado das mulheres, Mauro Martins, acredita que a condenação do Estado pode pesar no julgamento criminal do policial. As três mulheres estavam em situação de rua na época do relato dos crimes.

“O PM estava de folga, mas estava fardado, com arma institucional. Ele agiu como um PM dentro do local dos crimes. […] A credibilidade delas estava em jogo, muitas pessoas não deram crédito. Acredito que essa condenação vai dar uma resposta”, avalia.

A defesa do suspeito explicou que só irá se manifestar após avaliar a condenação imposta pela Justiça.

A Polícia Militar disse, em nota, que “o acusado ainda se encontra preso em estabelecimento prisional, tendo em vista, o aguardo do deslinde judicial, sendo instaurado pela Corporação o devido processo demissional disciplinar”.

“A PMPR reitera seu compromisso inabalável com a lei, a ordem e a ética, e repudia veementemente qualquer comportamento contrário a esses princípios. Ações ilegais cometidas por militares estaduais não refletem os valores e o profissionalismo da corporação”, complementa.

Procurado, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), enviou a mesma manifestação da Polícia Militar.

Relembre o caso

O policial foi indiciado pela Polícia Civil por duplo estupro e importunação sexual. Ele atuava no 5º Batalhão e está preso desde 18 de janeiro.

A Polícia Civil recebeu o relato dos abusos depois que uma das vítimas registrou Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia. Em depoimento, ela revelou que outras mulheres teriam sido violentadas pelo agente.

Segundo a polícia, os crimes aconteceram em uma casa abandonada que é frequentada pelas vítimas no centro de Londrina.

Além dos depoimentos, investigadores reuniram como provas imagens de câmeras de segurança que mostram o policial entrando e saindo do imóvel.

Em entrevista à RPC, duas vítimas relataram que o PM chegou a ameaçá-las de morte e apontar a arma para a cabeça delas.

“Eu olhei pra ele e falei que não iria fazer. Aí foi quando ele pegou a arma dele, engatilhou e falou: ‘faz, ou eu te mato’. Ele me pegou pelo cabelo, assim, puxou com tudo e colocou a arma bem aqui assim: ‘você não entendeu ou vou ter que desenhar’?”.

g1