A ala governista da Câmara dos Deputado não vai blindar o ministro da Economia em sua convocação para prestar depoimentos sobre sua offshore milionária em paraíso fiscal. O desgaste de Guedes deve ficar ainda maior, já que ele não será perguntado só sobre a empresa, mas precisará indicar caminhos para a retomada econômica do país.
Até os bolsonaristas estão descrentes sobre a permanência do ministro até o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro. Isso porque a crise econômica afeta a popularidade de Bolsonaro, que deve tentar reeleição. Até o momento, nem parlamentares, nem o presidente vieram a público em defesa de Guedes.
O depoimento, marcado para dia 13 de outubro, abarcará temas como retomada do emprego, redução a inflação e aceleração do crescimento do país, informa a Folha de São Paulo.
Guedes teria culpado o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e Flávia Arruda, ministra da Secretaria de Governo, ambos do Centrão, pelo desgaste. Guedes considera que os dois pouco fizeram para evitar sua convocação, diz o portal Metrópoles.
“É um fato relevante [offshore], e o Congresso quer uma explicação. Mas Guedes é muito prestigiado pelo presidente”, disse ao jornal o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que tentou converter a convocação em convite, mas não obteve sucesso.
Segundo o líder do governo, após o esclarecimento o governo “vai andar com a agenda econômica”.
Na quarta-feira (5), o ministro da Economia disse estar “super tranquilo” quanto aos esclarecimentos que devem ser prestados na semana que vem.
“Em vez de oito ou nove convites, juntaram tudo em um só, é mais prático”, pediu Guedes após sair de uma reunião em Brasília.
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