SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A PGR (Procuradoria-Geral da República) insistiu que o STF prenda o ex-diretor da escola de samba Gaviões da Fiel Elvis Riola de Andrade, conhecido como Cantor.

Paulo Gonet pediu a prisão de Cantor em manifestação contra decisão de Luís Roberto Barroso. O ministro do STF negou, no final do mês passado, um pedido do MP-SP para suspender liminar concedida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) que revogou a prisão preventiva do ex-diretor da Gaviões. Cantor é apontado como integrante do PCC.

A PGR diz que o ex-diretor da Gaviões se mudou para a Bolívia sem avisar a Justiça. Segundo Gonet, Cantor também teria deixado o Brasil usando uma certidão de antecedentes criminais falsa.

“O paciente, condenado por homicídio duplamente qualificado e integrante de conhecida organização criminosa, informou, logo após a obtenção do direito de recorrer em liberdade, possuir residência na comarca de São Paulo. Não obstante, decidiu mudar-se para a Bolívia, sem comunicação prévia ao juízo competente”, disse o procurador.

Cantor foi preso em janeiro na Bolívia, mas solto menos de 24 horas depois, em São Paulo. Após ser detido Santa Cruz de La Sierra, o ex-diretor da Gaviões foi levado para a cidade de Puerto Quijarro, na fronteira com Corumbá (MS). De lá, ele foi entregue a autoridades locais e, então, transferido para São Paulo, onde foi solto por determinação do STJ.

Gonet citou o caso de André do Rap, foragido após ser solto pelo STF, para defender a prisão. O PGR disse que o caso de Cantor é “análogo” ao de André do Rap, que foi liberado em outubro de 2020 por Marco Aurélio Mello. À época, o então ministro do STF concedeu habeas corpus ao criminoso sob o argumento de que André do Rap estava preso há muito sem condenação definitiva.

Oito horas após o criminoso ser colocado em liberdade, Luiz Fux cassou o alvará de soltura. O STF tentou buscá-lo em um endereço informado por André do Rap no momento em que ele foi colocado em liberdade. Era uma casa no Guarujá, na Baixada Santista, mas ele não foi encontrado no local e tomou rumo desconhecido.

QUEM É CANTOR

Elvis Riola tem uma extensa ficha criminal, segundo as investigações. Ele foi apontado pela polícia como um dos criminosos que participaram dos ataques do PCC na cidade de São Paulo em 2006. Foi acusado de matar a tiros Denílson Jerônimo, agente do CRP (Centro de Reabilitação Penitenciária) de Presidente Bernardes, no interior, em 2009. A execução do agente teria sido encomendada pelo PCC.

O criminoso foi condenado a 15 anos de prisão. Porém, como permaneceu preso durante 11 anos e oito meses, a defesa dele recorreu e o STJ relaxou a prisão preventiva. Cantor ficou atrás das grades até 2021.