O cantor Gilberto Gil revelou detalhes sobre sua trajetória na música, falou sobre racismo, desabafou sobre o tratamento da filha, Petra Gil, abordou sua sexualidade e comentou as especulações por sua amizade com Caetano Veloso.
“Encarava essas especulações como consequência da nossa proximidade, dos nossos gostos e do encantamento mútuo. Talvez isso pudesse provocar fantasias a respeito do que seriam possíveis “desembocares” de sexualidade entre nós, o que sempre tratamos com naturalidade”, iniciou ele, em entrevista à Veja.
Gil revelou que já se relacionou com homens, mas disse que não sente a mesma atração que sente por mulheres.
“Atraído como tenho sido pelas mulheres, nunca. Nunca tive tesão num homem, como se diz. No entanto, por razões de delicadeza natural, educação, finura do trato, já tive proximidade com a sexualidade de outro, de outros. Sim [já me relacionei com pessoas do mesmo sexo] e isso não afeta meu modo de ver o assunto na minha vida. Essas questões de amor, amizade, respeito foram possíveis em momentos em que a sexualidade era uma coisa mais vibrante em mim. Como disse, houve épocas em que ela se aproximou de outros, mas nunca na mesma forma como de outras. Para mim, jamais foram coisas iguais”.
Ainda falando sobre sua intimidade, o artista foi questionado sobre a possibilidade de um relacionamento aberto com Flora.
“Flora e eu somos abertos ao mundo, mas nunca especulamos nada na direção do sexo livre. Nosso convívio tem uma enorme benignidade. Há uma delicadeza no trato e, para todo mal que surge, a Flora é o próprio remédio”, afirmou Gil.
Durante a entrevista, o cantor também desabafou sobre o tratamento da filha, Preta Gil, que trata um câncer no intestino desde o início deste ano.
“É uma aflição ver uma menina, uma filha que nem tem 50 anos, sofrendo de uma doença apavorante. Falo com a Preta o tempo todo, com os médicos, e leio a respeito (…) Ela vive cercada pela família e estamos reunindo forças e propósitos para lhe dar o melhor tratamento, renovar sua disposição e sua positividade espiritual. Juntamente a isso, temos de lidar com a ameaça da morte. Tenho dito palavras de resignação em relação àquilo que é inevitável, ao mesmo tempo que buscamos condições para a cura”, concluiu.