A equipe de enfermagem responsável pela gravação do vídeo que flagrou o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra abusando sexualmente de uma paciente durante o parto cesariana no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, recolheu uma gaze do lixo que pode conter material biológico dele e entregou o material à polícia.
Em depoimento, uma pessoa que trabalha no hospital e teve a identidade preservada relatou que nas imagens é possível ver que Giovanni colocou o pênis na boca da vítima, que estava sedada, durante a cirurgia e movimentou a cabeça dela.
Ainda de acordo com a testemunha, o vídeo mostrou que o anestesista utilizou uma espécie de gaze para limpar a boca da paciente e, em seguida, descartou o tecido no lixo. Esse material foi recolhido e entregue aos policiais.
A delegada Bárbara Lomba, que investiga o caso, disse em entrevista ao Balanço Geral RJ que é possível que a gaze descartada tenha sido recolhida e seja analisada, mas que as imagens já mostram o anestesista limpando o próprio corpo e o rosto da vítima.
Ao menos quatro testemunhas foram ouvidas pela Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher de São Gonçalo), responsável pela prisão em flagrante do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra pelo estupro de uma paciente no Hospital da Mulher, no último domingo (10). Nesta terça (12), Giovanni vai passar por audiência de custódia. O R7 ainda não localizou a defesa dele, após o advogado Hugo Novais sair do caso.
Segundo as investigações, outros funcionários já teriam percebido um comportamento estranho do anestesista, o que levantou suspeitas. Testemunhas ouvidas contaram que a conduta incomum do médico foi notada pela equipe do plantão já na primeira cirurgia realizada no domingo (10).
De acordo com os relatos, Giovanni preparava o seu local de trabalho de maneira que o campo de visão da equipe ficasse bloqueado. Outro fato que chamou a atenção foi a paciente do segundo procedimento sair com uma sedação além do que é considerado normal.
Diante de tudo o que ocorreu, a equipe decidiu trocar a sala da terceira cirurgia e colocar uma câmera escondida em um armário com vidro fumê para gravar o que o médico anestesista fazia.
A polícia apura se Giovanni abusou de mais pacientes. Outra mulher, que fez uma cesárea em julho, procurou a delegacia, nesta segunda (11), e disse acreditar que tenha sido vítima do anestesista preso por estupro. A jovem contou que apagou durante a cirurgia e acordou suja no rosto, segundo os familiares dela.
Fonte: R7