Os eleitores da França vão votar no domingo (10) no primeiro turno das eleições presidenciais.
De acordo com as pesquisas, os dois primeiros colocados serão o atual presidente, Emmanuel Macron, e Marine Le Pen, que ficou em segundo em 2017.
Macron ainda é o favorito, mas perdeu pontos nas pesquisas nos últimos dias. A vantagem que ele tinha em relação à adversária diminuiu e, hoje, estão tecnicamente empatados.
Além dos dois, há outros três candidatos competitivos.
Veja abaixo quem são os cinco mais bem colocados de acordo com uma pesquisa do instituto Elabe Opinion, divulgada pela TV BFM na sexta-feira (8):
- Emmanuel Macron (Em Marcha!): 25%
- Marine Le Pen (Assembleia Nacional): 24%
- Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa): 17,5%
- Eric Zemmour (Reconquista): 8,5%
- Valerie Pecresse (Sejamos Livres): 8%
Os dois candidato mais bem votados — pelo que indica a pesquisa, Macron e Le Pen — irão se enfrentar no segundo turno em 24 de abril.
Emmanuel Macron
Em seu primeiro mandato, Macron cortou impostos para empresas e para os ricos, facilitou a contratação e a demissão de funcionários e usou o orçamento para manter o país funcional durante a pandemia de Covid-19.
Centrista, ele é um defensor de uma União Europeia forte, e tentou liderar esforços diplomáticos para evitar a guerra na Ucrânia.
Macron é o líder mais jovem da França desde Napoleão. A vitória dele em 2017 foi considerada surpreendente.
Durante sua presidência houve ondas de protestos. Os manifestantes expressaram a opinião de que Macron está desconectado da população em geral e de suas necessidades.
Marine Le Pen
Marine Le Pen é a dirigente do partido de extrema direita mais tradicional da França, o Assembleia Nacional.
Ela vai concorrer à presidência do país pela terceira vez. Em 2012, ficou em terceiro. Em 2017, em segundo, atrás de Macron.
Le Pen tem trabalhado nos últimos anos para melhorar a imagem do partido dela, que era visto como racista e xenofóbico.
Tradicionalmente, ela deu declarações contra a União Europeia. Recentemente, no entanto, ela tem evitado criticar o bloco –só afirma que mudaria a moeda da França.
Le Pen tenta atrair um número maior de eleitores, mas ao mesmo tempo ela perdeu apoiadores para um novo concorrente, Eric Zemmour (veja abaixo).
Em 2014, ela recebeu um empréstimo de um banco russo para financiar a campanha de 2017, o que pode ser problemático neste ano.
Jean-Luc Mélenchon
É o único candidato de esquerda que aparece entre os líderes nas pesquisas. Ele é do partido França Insubmissa, e tenta mostrar que a candidatura dele é popular e contrária à direita.
Mélenchon prometeu congelar preços, de produtos, aumentar salários e fortalecer os serviços públicos.
Entre alguns de seus apoiadores, ele tem o apelido de “Melen-show”, por sua capacidade retórica e poder de juntar multidões –ele fez um grande comício em Paris em 20 de março.
O objetivo dele é juntar a esquerda francesa após a decadência dos socialistas franceses nos últimos anos.
Desde 2012 a esquerda não chega ao segundo turno na França.
Ele se candidatou em 2017, mas ficou de fora da votação final. Agora, em 2022, ele tenta se colocar como o candidato anti-Macron.
Eric Zemmour
Zemmour é escritor e participante de programas de TV. Já era conhecido como nacionalista de extrema direita contrário a imigrantes e a muçulmanos.
Ele chegou a aparecer em segundo nas pesquisas, mas caiu.
Zemmour é filho de judeus da Argélia. Ele se apresenta como um exemplo de pessoa que foi integrada à sociedade francesa no pós-guerra –segundo ele, a França é hoje um país em decadência, e a civilização do país é torpedeada pela influência dos muçulmanos, que conseguem fazer isso porque não há controles para imigrantes.
Ele afirma que quer retomar as fronteiras e que deveria ser proibido nomear crianças como Maomé.
Ele já criticou o que chama de feminização da sociedade, e quer que crianças com deficiências sejam enviadas a “escolas especiais”.
Em setembro de 2020, chegou a dizer que preferia uma aliança com a Rússia, que ele diz ser um parceiro mais confiável que os EUA, Alemanha e Reino Unido.
Valerie Pecresse
Foi ministra duas vezes. É atualmente a líder do governo da região de Paris. Ela tenta se mostrar como uma mistura de Margaret Thatcher (até mesmo se intitula dama de ferro) com Angela Merkel.
Pecresse participou dos governos dos presidentes Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy. Durante a pandemia, criticou Macron por ter aumentado os gastos governamentais.
A candidata defende acabar com a semana de 35 horas de trabalho e aumentar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos (hoje são 62).
Nos últimos tempos, tem dado declarações mais duras sobre imigrantes e também sobre muçulmanos na França (disse que proibiria as mães que acompanham os filhos em viagens escolares de usar o véu, e radicalização seria motivo para demissão).
Fonte: G1