Após as recentes denúncias de assédios sexuais envolvendo profissionais da fotografia, o portal Amazônia Press traz uma série de matérias com profissionais especializados na fotografia sensual que exercem a profissão com ética. Nascido em São Paulo e agora trabalhando em Manaus, o fotógrafo Anderson Yamada atua como fotógrafo profissional desde 2008 e se aprofundou na fotografia como uma válvula de escape para amenizar diversos conflitos tanto familiares quanto profissionais. Em entrevista, o profissional compartilha como transformou o seu hobby em profissão e dá dicas de como escolher o melhor profissional para o seu ensaio.
De acordo com Yamada, uma das partes mais surpreendentes da fotografia é a responsabilidade e o dever de fazer a pessoa se sentir a mais maravilhosa do mundo através de um momento que será eternizado por meio da fotografia. “A fotografia é algo muito inexplicável. Na mesma frequência que para mim é um trabalho, também me traz paz, alegria e, principalmente, responsabilidade. Porque a pessoa que te contrata ela quer se sentir a mais maravilhosa do mundo e você tem o dever de fazer ela se sentir assim através da eternização daquele momento”.
Por ser uma área mais voltada às mulheres, o fotógrafo possui em seu site uma aba focada para receber denúncias de abusos, como forma de apoio e amparo às vítimas de assédio. Yamada também dá dicas dos cuidados que as mulheres devem ter ao escolher um fotógrafo para fazer um ensaio sensual e também qual deve ser a postura dos profissionais no contato com as clientes.
“Nele podem ser feitas denúncias anônimas, os emails são encaminhados anonimamente, filtrados e enviados a alguma delegacia especializada para averiguação. Uma denúncia só não é muita coisa, mas já é um alerta. Mais de 3 denúncias para a mesma pessoa por pessoas diferentes já é muito estranho. O link foi feito para que outras pessoas começassem a denunciar outros casos que andavam acontecendo a alguns anos atrás e juntar provas”.
“Uma dica para quem for fazer um ensaio é sempre perguntar se pode levar alguém (mesmo se não for levar), para ver a reação do fotógrafo. Principalmente se forem ensaios “gratuitos”, sabemos que também existe o ensaio gratuito por troca de postagens para ter no portfólio. Mas sempre é bom desconfiar, e se a resposta for negativa desconfie mais ainda. Se possível sempre leve alguém… sua melhor amiga, marido, namorado, mãe ou tia. Já fiz ensaios com uma família inteira no estúdio vendo a menina sendo fotografada”, pontuou.
O fotógrafo aproveitou para dar dicas para os fotógrafos que estão começando a atuar na área agora: “Quem estiver começando precisa estudar sobre o assunto. Não é um mar de rosas, existe muita dificuldade para se fazer uma foto, não é apenas apontar uma câmera e disparar, existem muitos outros conceitos”.
Sobre o fotógrafo Anderson Yamada
Formado em Tecnologia da Informação, o fotógrafo veio para Manaus para ser representante comercial de produtos químicos. Ainda em 2008, um pouco antes de começar na fotografia, Yamada trabalhava em uma empresa no Distrito Industrial. Com a crise crise de plásticos, decidiu sair da empresa e começou a transformar o seu hobby em profissão, visto que desde os 16 anos já fotografava.
“Fotografia sempre foi meu hobby, então desde de muito jovem, aos 16 anos, eu já fotografava. Era mais para coisas de família, passeios, essas coisas… Passei uns 2 anos pulando entre as varias áreas e me especializando. Verifiquei que a única área que não era explorada era a de fotografia feminina e sensual. Passei a fazer cursos focado nessa área em especifico. Aí descobri porque não era muito abrangente, a sensualidade ainda era vista com muito preconceito e machismo no Norte e Nordeste”.
Após o período de cursos e especialização, a partir de 2011 o fotógrafo começou a atuar na área de fotografias femininas e sensuais. Além disso, o profissional ressalta que a fotografia o tirou da depressão e da escuridão que o cercava. “Uma coisa que a fotografia me trouxe foi sair de uma escuridão eterna que é a depressão. Saí de um casamento conturbado, traído e com filhos. A fotografia e os amigos que ela me trouxe foram inimagináveis. Meus amigos antigos estão em São Paulo, então quando deu problema para mim devido o Distrito me faltou chão, e com isso ocorreram problemas no casamento e tudo culminou no fim da minha mente, mas a fotografia trouxe tudo de volta”.