A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o WMP (World Mosquito Program) firmaram uma parceria que aumentará o acesso do país aos mosquitos com Wolbachia, método que reduz a incidência de dengue, chikungunya e zika por meio da implantação da bactéria — que recebe o mesmo nome do método — nos insetos, impedindo a transmissão das doenças.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (30), em Brasília, a autoridades de saúde do país e de líderes globais e locais da WMP.
O método Wolbachia, que é financiado pelo Ministério da Saúde no Brasil, será ampliado, com a construção de uma fábrica, com local ainda indeterminado, que terá a capacidade de produção de 100 milhões de mosquitos semanalmente. A previsão é que a indústria já entre em operação no início de 2024.
“Poderemos ampliar nossa atuação no Brasil e proteger muito mais pessoas nos próximos anos”, afirmou o pesquisador da Fiocruz e líder do WMP Brasil, Luciano Moreira, em nota oficial.
Scott O’Neill, CEO da WMP Global, afirmou no evento que a disposição brasileira sobre o método pode auxiliar mais 129 países que sofrem com doenças como a dengue.
O método Wolbachia foi descoberto por cientistas da Monash University, em Melbourne, na Austrália, e pelo coordenador do Programa no Brasil, Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz, e consiste em introduzir nos mosquitos a bactéria de mesmo nome do método.
A Wolbachia é encontrada naturalmente em cerca de 50% de todas as espécies de insetos e impede a transmissão das arboviroses, e seu sucesso se dá pelo modo como ela manipula a reprodução dos insetos que já são infectados por ela.
Assim, a reprodução dos mosquitos que têm Wolbachia transmite às novas gerações a bactéria, aumentando o número de insetos que a possuem e diminuindo a incidência de dengue, zika e chikungunya.