Foto: Reprodução

A Fundação Fiocruz e o World Mosquito Program (WMP) anunciaram, nesta quinta-feira, dia 30/03, uma parceria para a construção de biofábricas capazes de produzir semanalmente até 100 milhões de Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia.

O microrganismo diminui significativamente a capacidade do inseto em transmitir dengue, zika e chikungunya, assim combatendo a disseminação dessas doenças. A seguir, falaremos mais sobre a bactéria capaz de combater a dengue.

A criação de mosquitos com a bactéria Wolbachia

Segundo afirmativa de Ethel Maciel, Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), durante o evento de lançamento da parceria em Brasília, “o Ministério da Saúde está comprometido de implantarmos (o Wolbachia) no menor tempo possível e no maior número de municípios. A gente espera que, ao final de 4 anos, nós possamos ter pelo menos uns 70% dos municípios que enfrentam hoje a maior carga da doença cobertos com essa nova tecnologia”.

Para a construção da biofábrica, foi feito um investimento de R$ 100 milhões com recursos do WMP e do Instituto de Biologia Molecular do Paraná. O local onde a biofábrica será construída ainda não foi definido, mas a previsão é de que ela entre em operação até o início de 2024.

Além disso, o projeto receberá uma ajuda de R$ 50 milhões do WMP e de R$ 30 milhões do Ministério da Saúde, por meio da própria Fiocruz, para ampliação imediata do método em outros estados e municípios. Atualmente, o método está presente em apenas cinco cidades brasileiras.

De acordo com Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde: “nós temos um mapeamento prévio desses municípios e, durante essa semana, vamos continuar a discussão com os pesquisadores que participam do projeto para refinar essas escolhas”.

Do que se trata o método Wolbachia?

A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de metade dos insetos do mundo, porém naturalmente ela não é encontrada no Aedes aegypti. No entanto, quando inserida nos mosquitos, impede que os vírus da dengue, da zika e da chikungunya se desenvolvam dentro deles.

Sendo assim, reduz a possibilidade de eles disseminarem essas doenças à população, diminuindo consequentemente os casos das doenças na região em que circulam.

O método Wolbachia envolve justamente a criação e liberação desses Aedes aegypti com a bactéria nas cidades a fim de que, com o tempo, eles se reproduzam e, aos poucos, a população da espécie naquele local passe a ser apenas dos mosquitos que carregam a bactéria.

O Brasil é um dos principais países em que a técnica é estudada, devido à alta incidência das três doenças (dengue, zika e chikungunya). No país, a estratégia é implementada por meio da Fiocruz com financiamento principalmente do Ministério da Saúde e de governos locais.

R7