Nesta quarta-feira (10), a Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz, divulgou um alerta sobre o reaparecimento do novo sorotipo da dengue no Brasil. De acordo com a instituição o sorotipo do vírus é classificado como 03 e que apesar de ter aparecido, ele já é conhecido no país.
Até o presente momento era de conhecimento da Fiocruz que existiam quatro tipos de vírus da dengue no Brasil, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, que estão ligados diretamente as epidemias sazonais no país ao longo do tempo.
Apesar desse novo tipo não resulltar em epidemia no país há mais de 15 anos, foi identificado quatro casos de infecção ligados ao novo sorotipo e de acordo com os estudos realizados por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz e pelo Instituto Leônidas e Maria Deane, Fiocruz Amazônia, os casos foram registrados em Roraima, norte do país, e no Paraná, sul do país.
Ainda na nota técnica, a instituição alertou o país que o retorno do sorotipo que estava há mais de 15 anos ausente pode representar preocupação em relação ao surgimento de uma nova epidemia do vírus da dengue no Brasil.
“Nesse estudo, fizemos a caracterização genética dos casos de infecção pelo sorotipo 3 do vírus dengue. É um indicativo de que poderemos voltar a ter, talvez não agora, mas nos próximos meses ou anos, epidemias causadas por esse sorotipo”. Explicou a instituição.
Felipe Naveca, cientista que participou do estudo, explicou que o novo sorotipo foi introduzida nas Américas a partir da Ásia, com uma probabilidade a partir do Caribe, entre 2018 e 2020.
“A linhagem que detectamos do sorotipo 3 não é a mesma que já circulou nas Américas e causou epidemias no Brasil no começo dos anos 2000. Nossos resultados mostraram que houve uma nova introdução do genótipo III do sorotipo 3 do vírus da dengue nas Américas, proveniente da Ásia. Essa linhagem está circulando na América Central e recentemente também infectou pessoas nos Estados Unidos. Agora, identificamos que chegou ao Brasil”.
No estudo foi identificado que dos quatro casos analisados, três são de infecções autóctones que aconteceu em Roraima, os pacientes infectados não tinham histórico de saída do estado. Já no caso identificado no Paraná, os pesquisadores informaram que foi importado, ou seja, o paciente diagnosticado veio do Suriname.
Foto destaque: Ministério da Saúde. Reprodução/Instagram