A filantropia ganha força no Brasil nos últimos anos e deve crescer ainda mais em 2023 com o apoio das famílias. É que, além das empresas, famílias estão se engajando cada vez mais na filantropia. Paula Fabiane, CEO doInstituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), argumenta que a pandemia da Covid-19 ampliou temas sensíveis na sociedade.
“A gente está falando de fundações com recursos de famílias, a fundação do Bill Gates, a fundação Rockefeller, aqui no Brasil a gente tem a fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, a fundação Tide Setubal e outras que têm recursos de famílias na sua atuação, mas a gente vê todos esses atores, hoje, colaborando, porque os problemas são muito grandes.
E, depois da pandemia, o que a gente vê é o aumento de questões que a gente achava que estavam em um caminho, mas que, hoje, estão se agravando, como o Brasil entrar de novo no mapa da fome, o próprio desafio ambiental e outros temas muito relevantes para o futuro do país e do planeta”, diz. A CEO do IDIS acrescenta que a filantropia familiar pode ser mais ousada do que a empresarial e diz que o terceiro setor é um laboratório de políticas públicas.
Fabiane avalia ainda que os impactos na sociedade são positivos: “O capital filantrópico tem se aliado ao capital financeiro, de mercado financeiro, nos negócios de impacto, com os fundos que a gente chama de blend it, que tem dinheiro filantrópico e dinheiro com objetivo de retorno. Além do fato que a filantropia consegue influenciar questões muito importantes da humanidade.
O dinheiro filantrópico é limitado, quando se pensa no dinheiro das empresas e no dinheiro dos governos, o dinheiro filantrópico é muito menor, mas ele tem potencial de juntar atores em torno de um tema e criar mudanças importantes. E a gente vê, cada vez mais, as empresas se engajando na prática filantrópica. A gente tem visto, inclusive, na agenda ESG, ou ASG em português, de questões ambientais, sociais e de governança. O ‘S’, a gente vê muito forte nas doações e na prática filantrópica das empresas”.