Apesar de prometer, o Facebook não adicionou marcadores em metade das publicações das dez páginas que mais divulgam conteúdos negacionistas sobre mudanças climáticas. A informação é de um relatório do Centro de Combate ao Ódio Digital do Reino Unido (CCDH, na sigla em inglês), divulgado na quarta-feira (23).
O relatório veio a público logo após a delatora e ex-funcionária do Facebook, Frances Haugen, apresentar queixa à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos alegando que a rede social enganou investidores a respeito dos seus esforços para combater desinformação sobre mudanças climáticas.
De acordo com a Reuters, o CCDH identificou uma lista de dez veículos de mídia digital que tinham 69% das interações totais no Facebook quando o assunto é desinformação a respeito de mudanças climáticas. O grupo ficou conhecico como “Dez Tóxicos”.
No relatório divulgado nesta quarta, o CCDH afirma que, em uma análise de 184 publicações com conteúdo negacionista dos “Dez Tóxicos” publicados entre maio de 2021 e janeiro de 2022, 50,5% não tinham avisos informativos inseridos pelo Facebook.
No início de 2021, o Facebook havia anunciado que rotularia algumas publicações sobre mudanças climáticas com um link direcionando os usuários para informações confiáveis presentes em uma página chamada Centro de Informações Científicas sobre o Clima.
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À Reuters, o porta-voz da Meta, Kevin McAlister, disse que “durante o período de tempo deste relatório, não tínhamos implementado completamente nosso programa de rotulagem, o que muito provavelmente impactou os resultados”.
Mesmo assim, o CCDH acredita que o Facebook não fez o suficiente, já que entre 20 de dezembro de 2021 e 20 de janeiro de 2022, período em que a novidade da rede social já estava completamente implementada, cinco de 12 postagens dos “Dez Tóxicos” não haviam recebido rótulos.
“A Meta continua afirmando que se preocupa com as mudanças climáticas, mas não conseguiu impedir a disseminação de desinformação sobre as mudanças climáticas em sua plataforma”, disse à Reuters o presidente-executivo do CCDH, Imran Ahmed.