A exposição de um inusitado triângulo amoroso envolvendo genro e sogro, que se tornou nacionalmente conhecido após a filha traída expor a situação nas redes sociais, provocou uma reação imediata do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Araraquara, interior de São Paulo. Segundo apuração do Metrópoles, a facção criminosa identificou o interesse da imprensa pela vida íntima dos moradores do bairro Valle Verde como um fator que poderia prejudicar os negócios locais relacionados ao tráfico de drogas.
Moradores da região relataram que a facção determinou a proibição de entrevistas sobre o caso, e a ordem sobre a “lei do silêncio” se disseminou rapidamente pela vizinhança. “O disciplina [do PCC] da região proibiu [entrevistas sobre o caso]”, afirmou um morador que pediu para ter seu nome preservado. Fontes policiais também confirmaram que o PCC atua na região, assim como em outros pontos periféricos do município.
Os disciplinas do PCC são membros responsáveis pelo cumprimento das “regras de conduta” da facção, que incluem normas registradas por escrito e a possibilidade de determinar condutas dos moradores para preservar o tráfico de drogas, principal fonte de renda da organização criminosa.
O caso do “beijo grego” chamou a atenção da imprensa e do público, o que levou o crime organizado a determinar que o assunto não fosse mais comentado. Descumprir essa ordem pode resultar em punições em um tribunal do crime, uma prática comum da facção criminosa.
“Todo mundo precisa obedecer à cartilha de conduta, não só o PCC. A facção cobra de toda a periferia, de toda a comunidade em que está presente”, destacou o promotor de Justiça Leonardo Romanelli, coordenador do Núcleo de Inteligência e Gestão de Conhecimento do Ministério Público de São Paulo (MPSP), sobre as normas estipuladas pela facção em junho deste ano.
AM Post