A exposição do artista plástico Cássio Flores é um dos destaques do “#SouManaus Passo a Paço 2023”, no hall do Palácio Rio Branco, no centro histórico. O prefeito de Manaus, David Almeida, visitou a exposição e ficou muito impressionado com a força da obra do artista ribeirinho, filho de Canutama. “Estamos lançando um novo artista plástico para o mundo, um filho de Canutama, do interior do Amazonas”, enfatizou o prefeito.
Durante os três dias, o artista, com sua arte surrealista, composta de 22 quadros, em acrílico sobre tela, torna visível os sonhos e aflições de um ribeirinho que denuncia, por meio da pintura, as ameaças ambientais contra a Amazônia.
Para o diretor-presidente da Manauscult, Osvaldo Cardoso, o evento cumpriu seu objetivo. “O maior festival de artes integradas “#SouManaus Passo a Paço” cumpre seu papel divulgando e revelando talentos como o de Cássio Flores, um talento potente com a voz amazônida”.
O presidente do Concultura, Tenório Telles, destacou que a exposição de Cássio Flores revela uma nova voz com forte componente amazônico e forte conteúdo humano. “Cássio, além do reconhecimento do grande público, sai dessa exposição com um contrato com uma grande galeria de arte regional, com inserção nacional. Estamos presenciando o nascimento de um artista visual muito promissor”, afirmou.
O vice-presidente do Concultura, Neilo Batista, ressaltou a condição do talentoso artista, um trabalhador e artista que divide seu tempo entre as obras de arte e as obras do seu ofício na construção civil. “Não bastasse as dificuldades da dura lida, ele teve de enfrentar a descrença e desânimo de pessoas que condenaram suas obras dizendo ser obras do mal”, contou Batista.
O médico e turista espanhol, Carlos Rodríguez, visitou a exposição e ficou impressionado com a visão surreal do artista amazonense. “É muito forte e até dramática a narrativa de Cássio sobre os problemas da sociedade que atacam e destoem o meio ambiente”, disse impressionado.
Autodidata
Cássio agradeceu pela oportunidade revelou ser difícil descrever 40 anos numa fala. “Hoje, essa exposição está trazendo para mim uma realização, por mais que você sonhe, a vida é difícil, mas nunca desista, pode tardar, mas nunca falhará”, disse emocionado. “Então, eu quero agradecer esses homens aqui da prefeitura, Manauscult e Concultura que foram anjos na minha vida, que conseguiram descobrir minha arte, porque eu tinha medo de ver a reação do povo, de compreender a minha linha sobre como vejo o meio ambiente, a religião, a política, hoje, nos problemas que a sociedade passa e retrato nessas telas”, revelou Flores.
Natural de Canutama, região Sul do Amazonas, Flores estudou no colégio Marista Eduardo Ribeiro em 1988, onde se apaixonou pelo mundo das artes aos 14 anos. Em 1991, se mudou para Manaus e desenvolve atividades como zelador, marceneiro e, atualmente, como pedreiro. Mesmo não tendo oportunidade de estudar arte, desenvolveu seu talento natural para as artes plásticas como autoditada.
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Texto – Cristóvão Nonato / Manauscult