A experiência da Prefeitura de Manaus no telemonitoramento de pessoas com tuberculose, executado durante a pandemia da Covid-19, foi selecionada para ser apresentada no 1º Congresso Virtual de Vigilância em Saúde (CONVIVS), que será realizado no período de 2 de setembro a 10 de novembro.
Marcada para o dia 21 de outubro, a apresentação de Manaus será conduzida pela equipe técnica do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, que recebeu convite do Ministério da Saúde para participação como palestrantes no Congresso Virtual, evento organizado em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) que vai abordar o tema “SUS Forte: Vigilância, Serviços e Gestão no Combate à Pandemia”.
O chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), enfermeiro Daniel Sacramento, explica que o 1º CONVIVS tem o objetivo de promover a discussão dos temas mais importantes no atual contexto de saúde pública e é uma oportunidade para a troca de experiências entre os profissionais de saúde do Brasil.
“O convite para participar como palestrante no congresso é uma oportunidade de compartilhar a experiência de Manaus com o restante do Brasil, assim como é um reconhecimento pelo trabalho executado pela Semsa no cuidado aos pacientes com tuberculose, mesmo no contexto da pandemia da Covid-19”, destaca Daniel Sacramento.
Serviço
O telemonitoramento é uma estratégia que foi implementada em Manaus, considerando o impacto da pandemia da Covid-19 nos serviços de saúde, para acompanhar e oferecer suporte aos pacientes com tuberculose, de forma a complementar o atendimento realizado nas unidades de saúde.
O serviço foi iniciado em novembro de 2020 e é executado por uma equipe composta por dois enfermeiros, um médico infectologista e um médico pediatra. A Semsa já registrou 3.895 contatos telefônicos, com 647 pacientes acompanhados, mantendo atualmente 360 pacientes em acompanhamento.
“A maior preocupação foi com o risco de abandono e descontinuidade do tratamento, já que as unidades de saúde ficaram sobrecarregadas com o atendimento de pacientes com sintomas de Covid-19 e as pessoas evitaram procurar atendimento médico por causa do risco de transmissão da Covid-19. Com a estrutura estabelecida para o telemonitoramento, foi possível manter o acompanhamento do tratamento, de forma segura e efetiva”, afirma Daniel Sacramento.
O tratamento para tuberculose dura, no mínimo, seis meses é considerado abandono quando o paciente fica 30 dias sem o medicamento.
O contato por telefone com o paciente é feito a cada 15 dias, quando os profissionais repassam orientações e fazem questionamentos para identificar situações de risco de abandono do tratamento e sobre o estado clínico do paciente naquele momento, alertando imediatamente a unidade de saúde que realiza o acompanhamento
De acordo com a enfermeira Dinah Carvalho Cordeiro, que atua no telemonitoramento, para execução do serviço pela Semsa, os departamentos de Tecnologia da Informação (DTI), de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae) e Atenção Primária (DAP) desenvolveram uma plataforma em ambiente Web que agrega informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan/Ministério da Saúde) e do Prontuário Eletrônico Cidadão (PEC).
“Com a configuração da plataforma para o telemonitoramento de tuberculose, foi elaborado o Procedimento Operacional Padrão (POP), que é seguido no atendimento realizado pela equipe e também para o registro de informações do paciente e da evolução do tratamento”, informa Dinah Cordeiro.
Em Manaus, a Semsa registrou este ano 1.373 casos novos de tuberculose (60,1% em pessoas do sexo masculino e 39,9% entre pessoas do sexo feminino) e 345 casos de retratamento, o que inclui casos de recidiva e reingresso após abandono de tratamento.
Para o diagnóstico de tuberculose, a Semsa já realizou este ano 6.137 Testes Rápidos Molecular, 789 baciloscopias e 4.198 culturas.
Mais informações sobre a programação do 1º CONVIVS podem ser obtidas no site http://convivs2021.saude.gov.br.
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Texto – Eurivânia Galúcio /Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa