Câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir tecidos adjacentes ou órgãos a distância.
O câncer de próstata por exemplo, é o segundo mais comum nos homens, e vem aumentando gradativamente a cada dia, mesmo com altos índices da doença e alta taxa de mortalidade, a procura pelo exame preventivo é muito baixa. A chance de desenvolver o câncer de próstata aumenta com a idade, sendo assim uma doença comum em idosos. Esse fator contribui bastante para a não procura pelo exame preventivo de toque retal, pelo fato do homem mais velho ser mais reservado, mais sistemático, tendo um comportamento machista e antiquado herdado de uma cultura social que coloca o homem como sendo o sexo forte, criando uma ilusão de superioridade, acreditando que não vão adoecer, deixando assim a assistência a saúde somente quando estão doentes, dificultando assim o tratamento e diminuindo as chances de cura.
Este estudo possui como objetivo identificar os fatores associados ao tabu masculino sobre a realização do toque retal. Trata-se de uma Revisão Bibliográfica. Foram encontrados vários obstáculos em relação à busca pela prevenção do câncer de próstata como: a falta de informação, constrangimento, medo e o preconceito. Mesmo sabendo da importância do exame para o diagnóstico precoce da doença os indivíduos mostram uma grande resistência em realizá – lo.
Mediante a estes fatos fica evidente que não só a população, mas também os profissionais de saúde necessitam estar atentos a estas situações para que possam orientar e auxiliar na detecção precoce dessa patologia.
E preocupado com esse tabu criado pelos homens, o Portal Amazonia Press apresenta a história de superação do aposentado, Francisco de Assis Ferreira, de 68 anos. Ele recebeu o diagnóstico que estava com Câncer de Próstata em 2009, e atualmente se encontra em acompanhamento médico com exames laboratoriais de sangue (PSA) a cada 06 meses. Acompanhe.
“Em meados de 2009 comecei a ter dificuldades em urinar, causando uma má qualidade de vida, pois não tinha um sono tranquilo. Marquei consulta com um Urologista e após exames de PSA (resultado de 24,7) foi feito toque retal, onde o médico constatou que minha próstata apresentava um tamanho diferenciado e alguma sensibilidade ao toque retal.
Na consulta realizada no Hospital Fundação Cecon, o médico explicou-me que eu tinha grandes possibilidades de estar com Tumor de Próstata e, que a possibilidade de cura seria avaliada após o estadiamento do tumor. Foi realizado ultrassom transretal com biópsia, Tomografia de abdômen e pelve, Tomografia de tórax e Cintilografia de corpo inteiro. Após os resultados desses exames, tive a confirmação dia doença, eu estava com Neoplasia Maligna de Próstata.
Inicialmente recebi a notícia de maneira tranquila e iniciei uma pesquisa por conta própria para conhecer melhor a doença e seus tratamentos. O tratamento indicado foi o radioterápico + Zoladex de 10mg aplicado a cada 3 meses. Foi durante as aplicações de radioterapia, que a “aparente” a tranquilidade desapareceu, dando lugar a incerteza e ao medo. Minha maior preocupação era em relação à vida, o receio de ficar prostrado em uma cama dando trabalho aos meus familiares.
Na realidade, era o que não deveria ser objeto de preocupação. Pois, minha esposa e filhas cobriram-me de toda atenção, carinho e apoio possível, e além. E esta sustentação emocional é fundamental para o paciente durante e pós tratamento. Tudo esteve debaixo do controle de Deus.
Fui submetido a 37 sessões de Radioterapia conformacional da próstata como tratamento adjuvante, sem maiores intercorrências, trabalhando normalmente. Recebi alta do tratamento de radioterapia em julho de 2009 e hoje já não tenho mais o tumor na próstata. Porém, tenho que efetuar seguimento ambulatorial por mais alguns anos até a alta definitiva.
Levo uma vida absolutamente normal, trabalhando, valorizando a alimentação sadia e exercícios físicos para manter uma vida de qualidade.
A prevenção é a via menos dolorosa no combate ao câncer de próstata. Assim, é por demais importante, que todo homens acima de 40 anos, procure um urologista a cada 6 meses ou no máximo 1 ano, e faça pelo menos um exame de sangue para medir seu PSA. É fundamental deixar de lado todo medo e preconceito em relação a este tipo de exame. Dura apenas 20 segundos, 20 segundos que podem valer uma vida. E a vida não merece vacilos.”
Como saber a hora de fazer o exame de próstata?
Em entrevista ao Portal Amazonia Press, o urologista Antônio de Morais explica quais são os tipos de homens que devem fazer o exame preventivo contra o câncer de próstata. “Segundo recomendações da Sociedade Brasileira de Urologia, homens acima de 45 anos, que possuem algum grupo de risco, ou acima de 50 anos que não possuem nenhum grupo de risco. E quais aqueles que possuem grupo de risco? São aqueles que possuem um histórico familiar da doença, obesos, e também afrodescendentes”.