O movimento que une as disciplinas História, Ciências e Língua Portuguesa teve participação dos alunos da escola estadual São José Operário, de Parintins.

Os discentes da escola estadual São José Operário, em Parintins, participaram de uma atividade multidisciplinar para desvendar os segredos que envolvem as substâncias e materiais químicos na pintura das alegorias apresentadas pelos bois Caprichoso e Garantido no Bumbódromo.

Foto: Divulgação

A tarefa aconteceu na sexta-feira (17) e unificou as disciplinas de Histórias, Ciências e Língua Portuguesa. Na ocasião, os alunos do 9° ano visitaram a exposição de alegorias em miniatura, do artista plástico Marialvo Brandão, onde mostra os trabalhos feitos para o Boi Garantido.

Segundo a professora de Ciências, Michele Souza, os alunos tiveram a oportunidade em compreender os conceitos apresentados em sala de aula nos módulos alegóricos do artista Marialvo Brandão.

“Os alunos gostaram bastante. Fizeram perguntas, fotos e filmaram tudo. Após esse primeiro momento, vamos propor uma oficina para eles reproduzirem e adaptar os materiais usados pelos artistas parintinenses na pintura das alegorias na sala de aula. Pretendemos utilizar produtos naturais e artesanais para chegar no tom de cores ideal que compõem as alegorias”, disse.

Michele também agradeceu a parceria com o artista e mostrou-se feliz com o resultado. “É uma exposição riquíssima com as maquetes das alegorias perfeitas e muito reais, tal qual vemos no Bumbódromo. O artista explicando foi o ápice para muitos alunos, pois eles se sentiram diante de um ídolo, mesmo tendo acabado de conhecê-lo”, reitera.

Processo de criação

Com 30 anos dedicados ao Festival Folclórico de Parintins, o artista plástico Marialvo Brandão coleciona diversos trabalhos no Boi Garantido. Entre as obras do parintinense destacam-se o “Poderoso Ritual Apurinã”, “Ritual Karajá” e “Ritual Kawahiva”.

O artista explicou na palestra para os alunos como funciona o processo de construção das alegorias apresentadas no Bumbódromo, principalmente aquelas que falam sobre os rituais indígenas.

“A construção de uma alegoria começa no momento que escolhemos a toada. Depois passamos processo de fundamentação dos elementos que compõem a toada e o rascunho dos módulos alegóricos. Logo em seguida, fazemos um estudo técnico na estrutura da alegoria para colocarmos tudo em prática. É algo muito detalhado para não dar erro”, explica.

Além da palestra com os alunos, Marialvo Brandão tem feito debates com artistas do Caprichoso e Garantido sobre o futuro do Festival Folclórico de Parintins no período pós-pandemia.

Exposição

A exposição “Rituais Indígenas — Desvendando Segredos Alegóricos” é aberta ao público e acontece no Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro de Parintins, das 8h às 11h e das 14h às 17h, até o dia 25 de setembro. O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc.

O parintinense Marialvo Brandão teve o apoio de outros 25 artistas, entre escultores, soldadores, pintores e aderecistas. As obras foram reproduzidas de maneira fiel, trazendo cada detalhe apresentado no Festival de Parintins.