A HRW (Human Rights Watch), uma das mais importantes organizações de direitos humanos do mundo, acusou Israel de usar armas de fósforo branco nos ataques contra a Faixa de Gaza e o Líbano, em meio à guerra deflagrada contra o Hamas, após ser alvo de ataques terroristas do grupo extremista no último sábado (7).
A ONG disse ter verificado vídeos que mostram “múltiplas explosões aéreas de fósforo branco” feitas pelo exército israelense sobre o porto de Gaza e em duas localidades rurais na fronteira entre Israel e o Líbano, nos dias 10 e 11 de outubro.
Para a entidade, o uso desse tipo de arma “coloca os civis em risco de ferimentos graves e de longa duração”, além de “violar princípios da lei humanitária internacional”.
Esse tipo de armamento é proibido pela ONU (Organização das Nações Unidas) e seu uso pode ser configurado crime de guerra. O fósforo branco inflama de maneira espontânea após ter contato com o oxigênio livre no ar. Em contato com a pele, ele provoca queimaduras severas, pode corroer os ossos e provocar a falência múltipla dos órgãos. A cicatrização de ferimentos causados por fósforo branco também é considerada difícil.
“Sempre que o fósforo branco é usada em áreas com alta concentração de civis, representa um elevado risco de queimaduras excruciantes e sofrimento para toda a vida daqueles que são atingidos”, afirma Lama Fakih, diretora do Oriente Médio e Norte da África da HRW
O Ministério da Defesa da Palestina também acusou Israel de usar fósforo branco na Faixa de Gaza, uma região que abriga mais de dois milhões de civis.
Israel ainda não se manifestou sobre a acusação de usar esse tipo de armamento.
Anteriormente, a HRW denunciou “violações” cometidas pelo Hamas e por Israel na guerra. A entidade condenou a invasão do território israelense pelos extremistas, mas também repudiou a resposta violenta do país liderado por Benjamin Netanyahu.
CONFLITO ENTRE ISRAEL E HAMAS
O conflito entre Israel e Hamas já dura seis dias e, segundo as informações oficiais divulgadas por autoridades dos dois lados, já deixou pelo menos 2.600 mortos.
O Ministério da Saúde da Palestina fala em 1.300 mortos em Gaza, enquanto Israel cita mais de 1.300 mortos.
Na última terça (10), Israel afirmou ter encontrado 1.500 corpos de membros do Hamas, mas não deu detalhes. Os cadáveres, segundo o governo israelense, estavam no sul do país.
A ONU afirma que os bombardeios israelenses danificaram 12.600 prédios e forçaram mais de 260 mil palestinos a deixarem suas casas. Brasileiros no país relatam que a situação é cada vez mais dramática, porque as fronteiras seguem fechadas e itens como água e comida estão acabando.
BRASILEIROS NA FAIXA DE GAZA
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou nesta quinta-feira (12) ter identificados 20 brasileiros, “em sua maioria mulheres e crianças”, interessados em ser retirados da Faixa de Gaza. Alguns deles estão numa escola, onde receberam alimentos, colchões e roupas de cama.
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv solicitou formalmente ao governo de Israel que não bombardeie a escola.
O Escritório de Representação do Brasil em Ramala, cidade palestina na Cisjordânia, disse que contratou veículos para levar os brasileiros até a fronteira com o Egito. O transporte será feito “tão logo seja possível a passagem por Rafa”, informou o Itamaraty.
O Ministério disse ainda que negocia com autoridades egípcias para que a entrada dos brasileiros e de seus familiares vindos de Gaza seja permitida.
BRASILEIROS RESGATADOS DE TEL AVIV
Três aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) já deixaram Tel Aviv, em Israel, com brasileiros resgatados, informou o Itamaraty.
O último voo deixou Israel com destino a Guarulhos (SP) nesta quinta com 69 pessoas. Com isso, o número de resgatados chegará a 494 pessoas.
O Itamaraty informou ainda que mais dois voos estão previstos até domingo (15).