O movimento “Parcelo sim! Foi lançada nesta terça-feira, 21, uma iniciativa de um conjunto de 11 entidades que visa preservar o parcelado sem juros, ferramenta que permite ao consumidor fracionar suas compras de modo que não comprometa seu orçamento mensal. Este meio bastante usado para diversas necessidades, é agora alvo de alterações que podem limitar o seu serviço.
O movimento busca angariar apoio através de um abaixo-assinado, conscientizando a população sobre os impactos negativos que tais mudanças podem causar. “O PSJ é uma das mais importantes ferramentas de concessão de crédito do Brasil. Ele ajuda 200 milhões de brasileiros todos os dias: quem precisa trocar o smartphone por um modelo novo para trabalhar, quem precisa comprar móveis e eletrodomésticos novos depois de um imprevisto, quem tem o sonho de dar uma TV nova para a família”, destaca o manifestante.
O movimento surge em meio à discussão sobre o desenrolar, programa sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a renegociação de dívidas e a redução dos juros do cartão de crédito. Segundo o movimento, a pressão para limitar ou extinguir o parcelado sem juros é exercida pelos bancos como forma de viabilizar essa redução. O prazo estipulado pelo Congresso para uma auto regulamentação das instituições financeiras se encerra em 90 dias.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirma que não há qualquer pretensão de se acabar com as compras parceladas no cartão de crédito. “Defendemos que o cartão de crédito deve ser mantido como relevante instrumento para o consumo, preservando a saúde financeira das famílias.” Por outro lado, aponta que “estudos indicam a necessidade de medidas de reequilíbrio do custo e do risco de crédito” e propõe um debate sobre “a grande distorção que só no Brasil existe, em que 75% das carteiras dos emissores e 50% das compras são feitas com parcelado sem juros”.
Décio Lima, presidente nacional do Sebrae, reforça a relevância da ferramenta para empreendedores e população de baixa renda,destacando que a modalidade é insubstituível como ferramenta de crédito sem juros no país. Henrique Lian, diretor de relações institucionais e mídia da Proteste, critica a tentativa dos grandes bancos de limitar o PSJ como estratégia para compensar a redução das taxas do crédito rotativo, ressaltando a responsabilidade do Estado em defender os consumidores.