Mergulhado em tantos projetos, André Bankoff vive boa fase na carreira. O ex-jogador de futebol, que virou modelo e, consecutivamente, ator, lembra com carinho de seu début na televisão como o protagonista Juba, de “Bicho do Mato”, da RecordTV, originalmente exibida em 2006. De lá para cá, não parou mais. No currículo, acumula peças de teatro, séries e novelas, longas e curtas, webséries e muita publicidade. Mas ele é incansável!
Só para se ter ideia do poder: atualmente, pode ser visto em dois filmes: “Reação em Cadeia”, dirigido por Márcio Garcia e que chegou aos cinemas no dia 16 de setembro, e “Bate Coração”, que estreou no catálogo do Globoplay, serviço de streaming da Globo. Além disso, no próximo dia 14, entra em cartaz com “Taís e Taiane”, um road movie sobre amizade e tolerância entre duas garotas e seus sonhos.
Procurado para falar sobre vida, carreira, novos trabalhos, política e até como tem se recuperado do procedimento que fez no joelho na semana passada, não fugiu das perguntas. Confira os melhores momentos do bate-papo!
1. Como você se sente ajudando as pessoas a valorizarem seus pontos fortes por meio dos seus vídeos no YouTube?
Muitas deixam de viver um sonho, de acreditar no seu potencial, por ouvir outras que desistiram e são incapazes de lutar para conquistar aquilo que tanto desejam. Por isso, recomendo que parem de ouvir aqueles que interiormente já fracassaram, visto que eles têm medo de ver alguém alcançando o sucesso. A realização incomoda quem já tentou ou não e deixou a meta de lado. Mas o primordial é continuar!
2. Qual a importância das passarelas e do futebol em sua trajetória?
Transitei por lugares que jamais pensaria conhecer e, de tudo que fiz, levo sempre o aprendizado. São fases! Precisamos entender onde elas começam e quando terminam.
3. Nesta época de celebridades instantâneas, acha que existe muito famoso sem talento?
Acho! Mas não sei até quando se sustentará. É um volume medido por seguidores, por uma ostentação de luxo, mas sem nenhuma estrutura por trás. Esperto é aquele que aproveita isso, investe mais em si, ganha conhecimento e voa ainda mais alto. Sempre surgirá alguém assim, e é preciso saber aproveitar a fase da melhor forma possível.
4. Como classifica a atuação do governo Bolsonaro, sobretudo na área da cultura?
Não só neste como em vários outros, nunca houve uma atenção, um investimento massivo em cultura e educação. Nossos representantes são carreiristas, se enfiam lá (porque nós os elegemos) e usufruem com toda facilidade do dinheiro público. É o país onde mais se gasta com eles, pois há muita mordomia para bancar bandido de colarinho branco. É auxílio-combustível, auxílio-terno, aluguel, auxílio-refeição, motoristas, seguranças, locação e fretamento de aeronaves, e por aí vai! Como se sustenta uma máquina dessa? Impossível! Mas ainda não é suficiente para eles, acredita? Foram tantos desvios que tivemos com a pandemia! Como roubaram enquanto as pessoas eram dizimadas pelo vírus! Enquanto essa Constituição não for mudada, estaremos fadados a sustentar muito vagabundo lá dentro. Não estou generalizando, mas o nosso cenário político é sujo e corrupto. Melhor eu encerrar por aqui…
Leia Também
Leia Também
5. No recém-lançado filme “Reação em Cadeia”, que retrata armadilhas de um sistema corrupto, você vive um personagem de valores questionáveis. Como foi o processo de construção do tempestuoso Zulu?
Fizemos um trabalho com o Sérgio Pena, nosso preparador, durante sessenta dias. Após isso, fomos para o set já muito entrosados e tendo a liberdade de improvisar em cena com o aval do nosso diretor Márcio Garcia, que também é ator. Então isso facilitava demais a nossa comunicação e troca com todos. Foi um presente fazer o Zulu e já poder colher frutos de outros trabalhos com esse papel.
6. Já no filme do Globoplay “Bate Coração”, que tem a proposta de conscientizar sobre a doação de órgãos e a transfobia, você vive um homem mulherengo e cheio de preconceitos. Como é usar o bom humor para falar de coisa séria?
A comédia é o pedal que transcende qualquer tipo de comunicação. A arte tem esse papel fundamental de orientar, debater e quebrar as cadeias do preconceito. “Bate Coração” é uma história linda, que merece e precisa ser vista por todos. Ensina e fala sobre o maior e importante sentimento do mundo: o amor! Assistam!
7. O Juba, de “Bicho do Mato”, da RecordTV, foi um divisor de águas em sua vida?
Foi, sim! Foi meu primeiro papel e com o qual aprendi na marra a fazer TV. Tudo era novo, mágico, não conseguia enxergar a maldade e as puxadas de tapete dentro de uma emissora ainda. Eu era muito imaturo e inocente. Tinha recém-chegado do interior. Mas, a partir da segunda novela, soube cair e levantar, mas também bater quando necessário (risos), como em qualquer lugar do mundo, mas isso só se adquire na prática.
8. Você gosta de se ver em cena ou em trabalhos antigos?
Gosto, e é por meio deles que percebo a minha evolução. É muito importante ter esse olhar. Isso me faz amadurecer como profissional.
9. O que influencia na hora de dizer “sim” a um projeto?
O personagem, pois, se é desafiador, eu aceito, mas, se é algo que não vai me acrescentar e não será prazeroso, recuso. E a equipe, porque trabalho muito também por trás das câmeras, e isso me dá essa liberdade.
10. Você passou por uma cirurgia no joelho na semana passada. Foi tudo tranquilo? Está se recuperando bem?
Estou, sim, é algo que não podia mais esperar, caso contrário, prejudicaria minha qualidade de vida no futuro. Precisei abrir mão de outro filme com dor no coração, mas faz parte do processo. Em noventa dias, volto às minhas atividades normalmente. Tenho aproveitado para ler muito e estudar.