Um grupo de lideranças do povo Pataxó HãHãHãe e Pataxó foi expulso nessa quarta-feira, 22, pelo dono de um restaurante em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após o proprietário do estabelecimento mandar os indígenas se vestirem. O Conselho Indigenista Missionário Regional Leste de Minas Gerais denunciou o caso de racismo nas redes sociais.
Segundo a cacica Célia Angohó, os indígenas estavam em uma confraternização com uma equipe de saúde da aldeia Katuramã, quando foram intimados pelo dono do restaurante ‘Tropeirão do Jucã’ a saírem do local, apesar da advogada Alessandra Vilaça, que acompanhava o encontro, justificar que os indígenas tinham o direito de ter suas tradições e costumes respeitados.
“De nada adiantou. Até mesmo a advogada foi ofendida em sua honra, que alega também ter sofrido ofensas por ser negra. Os indígenas já estiveram em outros momentos no mesmo restaurante e nunca foram agredidos”, relatou o conselho indigenista, em uma publicação no Instagram.
A entidade lembra que a Constituição Federal, no artigo 231, prevê que “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”.
Ainda segundo o Cimi Regional Leste, as lideranças indígenas abriram um boletim de ocorrência e pedem providências quanto ao caso de racismo. “As lideranças prestaram queixa e abriram um boletim de ocorrência e pedem providências. É preciso dar uma basta nesta situação, “Chega de racismo, chega de preconceitos contra as comunidades tradicionais”, escreveu o conselho, no Instagram.
Revolta
O caso gerou revolta nas redes sociais. No Instagram, uma internauta pediu um basta aos casos de racismo e de preconceito. “Muito triste tudo isso! Era um momento de confraternização. Basta de racismo, basta de preconceito!”, escreveu a mulher.
Outra internauta escreveu, na mesma rede social, que “racistas não passarão” e pediu por Justiça. “Racistas não passarão. Justiça e apoio dos parceiros para que o ato seja conhecido e fortaleça o clamor por responsabilização dos criminosos”, publicou a usuária do Instagram.
Ainda no Instagram, um homem pediu explicações do restaurante e questionou por que os indígenas não puderam comer no estabelecimento. “Qual a explicação pra isso @tropeiraodojucao? Por que indígenas não puderam comer em seu restaurante?”, indagou o homem, na rede social.
Assista ao vídeo dos indígenas denunciando o ato de racismo:
Fonte: AGÊNCIA CENARIUM