Devido à queda de mais de 26% no número de votos de uma eleição para outra (2014 – 2018), ou seja, uma redução de 43 mil eleitores, o deputado federal Silas Câmara (Republicanos) e o seu irmão, o presidente da Igreja Assembleia de Deus do Amazonas (Ieadam), Jonatas Câmara, começaram um processo de “reforma” nos comandos das congregações na capital e no interior.

Para o próximo mês, quando ocorre a Convenção Nacional dos Pastores no Amazonas, a ideia do grupo coordenado pelo deputado federal é retirar dos comandos das congregações todos que não simpatizam com o projeto político da família Câmara, iniciando pela reeleição de Silas Câmara e a eleição de Dan Câmara para a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

Em reuniões que se intensificaram há, ao menos, dois meses, o presidente da Ieadam já deixou claro os rumos que as lideranças devem seguir. Os encontros acontecem em locais reservados, como um que ocorreu no mês passado, em uma congregação no Tarumã, Zona Oeste de Manaus.

No entanto, a sobreposição política inserida “garganta abaixo” pela família Câmara não está agradando a todos os pastores, que já mostram a falta de interesse em reeleger Silas Câmara ao Congresso Nacional. O principal motivo está relacionado às trocas nos comandos das congregações da Ieadam.

Nesse cenário, com os líderes coagidos e encurralados, intensificou-se um “racha” interno dentro da Assembleia de Deus no Amazonas. Um exemplo é a saída dos deputados estaduais Wanderley Dallas (PV) e Francisco Souza (Avante) em julho de 2015.

À época, o diretor do Departamento Parlamentar da Igreja Assembleia de Deus do Amazonas (Dpiadam), Pastor Chagas, informou que a saída de Dallas do grupo político foi motivada pelo fato de o ex-parlamentar ter seguido caminho oposto ao do deputado federal Silas Câmara nas eleições de 2014.

No tal pleito, Dallas resolveu apoiar a candidatura de Eduardo Braga (MDB), saindo contrário às determinações de Silas Câmara, pelo apoio de José Melo (Pros) para o cargo de governador do Amazonas. (Melo venceu às eleições com 55,77% dos votos válidos).

Outro fator que os evangelicos não aceitam em hipotese alguma é a ligação de Silas Camara com Omar Aziz, eles não aceitam em hipotese alguma essa aliança, mas, o deputado não consegue esconder suas ligações umbilicais com o senador que tentará a reeleição, fontes garantem que o simples pronunciamento do seu nome causa revolta interna e esse também, é um dos motivos desta ruptura das demais lidernças evangelicas com o clã Camara.

Segundo informações sobre uma pesquisa interna realizada pela Faculdade Boas Novas, mostra que 85% dos eleitores descartam o nome do deputado federal Silas Câmara. Em relação ao interesse dos que apoiam o movimento de Direita no Amazonas, 90% rejeitam o nome do congressista.

Nas eleições de 2014, Silas Câmara teve 160.239 votos. Já no pleito de 2018, o parlamentar teve 117.181 votos, uma redução de 43.058 mil votos, o que representa 26,87% de queda.

A reportagem tentou contato com a assessoria do Dep. Silas câmara e do Presidente da IEADAM, mas até o fechamento desta matéria, não obtivemos nenhuma resposta. O espaço fica aberto para qualquer manifestação dos citados sobre o caso.