As declarações do ex-governador José Melo (PROS) em entrevista apenas afirmou o que vinha sendo dito pelos bastidores da política amazonense. O que foi afirmado é a perseguição, traição e envolvimento do atual senador Eduardo Braga (MDB) que era seu rival como candidato ao governo em 2014. A resposta por parte da assessoria de imprensa do senador, foi o silêncio. Como diz o velho ditado “Quem cala consente”.
O ex-governador também falou da intenção de se candidatar a deputado estadual, do sonho de criar uma matriz econômica ambiental em contraponto ao Polo Industrial de Manaus, e não tergiversou ao comentar a respeito de seu ex-aliado Eduardo Braga (MDB), principal articulador de sua cassação no Supremo Tribunal Federal (STF). Em meio a sua fala durante a entrevista o fala da traição, perseguição e ciladas por se tratar de uma vingança pela perda na eleição de 2014, quando os dois eram candidatos ao governo.
“Ele ficava lá, insistindo, diante de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para articular a cassação, tanto que o próprio ministro Gilmar Mendes assinou por insistência dessa pessoa. Eu fui cassado por compra de votos, mas a Nair Blair foi inocentada”, disse Melo, se referindo à assessora indiciada por compra de votos, caso que acabou levando à cassação do ex-governador.
Como José Melo pretende disputar vaga no parlamento estadual, nas eleições de 2022, diante do radialista Valdir Correia, foi categórico: “Temos a solução para a recuperação do nosso Estado!”, revelou, completando que o Amazonas sofre os efeitos negativos de vários ciclos, começando pelo Ciclo da Borracha (1879/1912). “Exploram nossas riquezas e nada é deixado para o interior. É preciso criar mecanismos legais para que ocorra a exploração sem causar danos ao meio ambiente e beneficiando a localidade de onde o ouro é extraído”.
A assessoria do senador Eduardo Braga apenas enviou um pequeno texto em que remete dizer que vai ficar em silêncio as acusações. “Não vamos responder, mesmo porque não estamos nem acompanhando essa situação. Obrigado”. O parlamentar, no entanto, foi denunciado, em fevereiro de 2019, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por “caixa 3” nas eleições de 2012. O caso é um desdobramento da Operação Lava Jato. A primeira turma do STF absolveu, por maioria, essa acusação.
Outro processo de que é alvo no STF refere-se a um inquérito sigiloso que apura o repasse de R$ 43,6 milhões da empresa JBS a políticos do MDB na campanha de 2014, quando ele foi candidato ao governo do Amazonas. Na época das acusações, a defesa do senador negou irregularidades nos dois casos.
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