No último domingo (23), ocorreu o Campeonato Amazonense de Futebol Barezão 2023, realizado neste ano a sua 107ª edição da divisão principal do futebol profissional do Amazonas. Durante a disputa o portal ”Esporte Manaus” reuniu alguns dos representantes do esporte amazonense e que figuraram como os melhores na cobertura do torneio para uma singela mas, importante homenagem, entre fotojornalistas, técnicos, atacantes e artilheiros, entre eles, estava Larissa Balieiro que também foi uma das homenageadas a receber a medalha de “Melhor jornalista do Barezão 2023”.
Larissa Balieiro é jornalista esportiva especializada em futebol amazonense há 11 anos. Atualmente trabalha de forma independente na cobertura de eventos esportivos e seus conteúdos são voltados para a internet, como o Twitter e o Instagram. A jornalista ainda administra uma página de futebol chamada @sala10am no Instagram. Este é o seu terceiro prêmio na carreira, voltado para a cobertura do esporte. Ao ser questionada sobre o que o prêmio representa para a sua carreira profissional, Larissa diz ser um reconhecimento em sua trajetória no campo do esporte.
“O prêmio veio do portal ‘Esporte Manaus’, um veículo que cobre futebol amazonense como eu, de forma independente. Eles são tão guerreiros quanto eu. E nos somamos. Nunca nos dividimos. Representa um reconhecimento importante para a trajetória de 11 anos cobrindo o futebol amazonense. Representa que os novos já enxergam o caminho e isso reforça a missão de continuar fomentando o futebol amazonense. Uma hora eu vou sair de cena e eles lá estarão entendendo acima de tudo o valor da gente e da nossa profissão”, relatou.
No início do século XX iniciou-se a inserção feminina na imprensa brasileira. Até então, o jornalismo era uma profissão unicamente masculina, mas aos poucos as mulheres passaram a ocupar posições como repórteres, apresentadoras, âncoras e editoras. Entretanto, ainda existem dois principais pontos que, de certa forma, perpetuam o preconceito nessa questão: a falta de confiança e credibilidade que muitas pessoas ainda têm para com jornalistas esportivas e quase ausência de mulheres como narradoras e comentaristas, de fato, do futebol.
O jornalismo esportivo ainda é um espaço de preconceitos para o gênero feminino. Mesmo com as mudanças e a abertura que foi dada às mulheres ao longo do tempo, que na maioria das vezes elas ainda precisam provar que são capazes de estar nessa área. De acordo a jornalista, uns dos maiores desafios atualmente em trabalhar no jornalismo esportivo é receber o respeito devido.
“Com toda certeza ser respeitada. Qualquer crítica, é porque sou mulher. Qualquer dúvida, é porque sou mulher. Quando “A”, é porque sou mulher. É lógico que eu tenho muito mais gente que respeita, mas existe uma hipócrita minoria que quando é contrariada, vai para a baixaria. Fora isso, tem quem não goste do meu trabalho de jeito algum, mesmo eu fazendo ele com muito apreço, zelo e respeito pelo próximo”, disse ela.
Não é novidade pra ninguém que o futebol do estado tem evoluído de uma forma a dar esperança a quem tanto alimenta essa calorosa paixão. Desde a posse da nova gestão da Federação Amazonense de Futebol (FAF) e principalmente, partir da espetacular abertura do Campeonato Amazonense 2023 e das primeiras partidas da competição, tem sido reacendido a esperança daqueles que nunca desacreditaram do futebol amazonense e que mesmo em meio às iminentes dificuldades, faziam seu papel de valorizar e divulgar da melhor forma o futebol do Amazonas, sendo esse o principal objetivo de Balieiro ao ter seu trabalho voltado para o setor esportivo.
“Chamar a atenção dessas pessoas. Demonstrar o trabalho profissional que muitos clubes têm. Demonstrar o potencial de muitos atletas que aqui estão. Mostrar que tem futebol, não é perfeito, mas está longe de ser esse abismo que tanto creditaram”, compartilhou.
A maioria dos jornalistas não revela para que time torce por temer acusações de parcialidade; alguns assumem discretamente sua preferência; e poucos revelam sem medo seu amor por um time. Porém, todos devem prezar pela ética para o exercício da profissão. Ao perguntarem sobre qual seria o seu time do coração, Larissa afirmou que a curiosidade de muitos será finalmente revelada em seu futuro livro, sendo ele publicado ainda este ano, dedicado especialmente às mulheres que trabalham ou que futuramente almejam seguir a área do jornalismo esportivo.
“A pergunta de milhões. Eu tenho um clube no futebol amazonense e vou relevar ele no meu livro. Lanço este ano uma publicação dos meus 10 anos de cobertura esportiva amazonense. Dedicado às mulheres, às muitas que aqui já estão e para as futuras que já já estarão aqui,” finalizou.