Não existe uma balança capaz de medir a minha dor e a sua dor. Nossa dor pode ser a maior dor que cada um de nós já conheceu neste momento de vivência da própria dor.
Não cabe julgar, cada ser humano tem sua própria maneira de sentir essa dor. Além disso, a dor psíquica marca a alma e não a pele.
Talvez neste momento você esteja sentindo a maior dor que conhece, então, melhor respeitar esse período, não cabe negar ou tentar sufocar, o melhor a fazer é deixar fluir, fluir é deixar sair, é viver essa etapa, ir ao “poço”, mas entender que vai precisar sair, para poder recomeçar de onde parou ou precisará fazer diferente, acreditar que tudo passará, é só uma fase.
Não é sobre o quanto já doeu, quem causou ou o que causou essa dor, não é nem sobre o outro e sim sobre você e como você está se sentindo. Os outros podem e vão falar sobre você, sobre como você está reagindo, sobre como eles reagiriam se estivessem na sua situação e por aí afora, mas lembre-se, essas pessoas estão se baseando em perspectivas hipotéticas e não na sua real dor, pois ninguém pode viver a sua dor por você, só podem “imaginar” e imaginar com dificuldade. Quando essas mesmas pessoas estiverem em seus momentos de dor, também vão “acreditar” que é a maior dor e nem vão lembrar do julgamento que um dia fizeram sobre a dor do outro.
Então, não cabe dar conselhos e muito menos dizer o que você faria se estivesse nessa condição, porque sua vida e suas experiências são só suas, são intransferíveis, não poderão passar pelo processo de osmose.
É sobre acolher o outro, escultar e dizer: estou aqui, com você. Você quer fazer o quê?
Será que está na hora de procurar ajuda psicológica?
Acolher faz toda a diferença, mas entenda, é importante compreender que o outro só poderá ajudar você quando você permitir. Entenda também que o outro pode estar sofrendo por ver você sofrer e infelizmente se sentindo impotente porque você pode ainda não compreender que precisa dar o primeiro passo.
Quando você compreender que o que você viveu, o que gerou seu sofrimento, não poderia ter sido evitado ou ter sido diferente, pois não existe “se”, se você tivesse feito tal coisa, ou ido por outro lugar. O que aconteceu faz parte de um processo e não dá para pular as etapas do processo de crescimento espiritual, psicológico e emocional. Não existe a possibilidade de neste momento da evolução humana não sofrer. O que você pode fazer é tentar compreender o momento, buscando esclarecimento e respostas. Nem sempre as respostas vão agradar, mas são a verdade dos fatos e lembre-se, é preciso entender os fatos e principalmente o contexto de cada situação vivida por você.
Caso você não esteja conseguindo compreender este momento de sua vida sozinho, busque ajuda para poder entender seu momento de dor e buscar subsídios psíquicos para continuar sua caminhada rumo ao crescimento, entendendo o que é seu e o que é do outro. Depois que esse momento passar e você perceber o quanto aprendeu, você vai entender sobre o seu autoconhecimento.
É preciso entender que existem situações em que você poderá escolher qual atitude tomar ou qual caminho seguir e em outros momentos você não poderá, situações difíceis são necessárias para fazer você amadurecer, com o tempo você aprenderá sobre o que é importante, necessário e urgente na sua vida.