Após rondar a estabilidade ao longo da tarde, com trocas constantes de sinal, o dólar à vista se firmou em baixa na reta final dos negócios e chegou a esboçar o rompimento do piso técnico de R$ 5,80, com novas informações sobre as medidas de contenção de gastos que estão para ser anunciadas pelo governo. Encerrada pouco antes das 16h mais uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros no Palácio do Planalto, fontes relataram que o plano trará mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), no salário mínimo e no abano salarial, além das já ventiladas alterações na previdência dos militares. Não haveria alterações nos pisos de saúde e educação.
Nos últimos dias, haviam circulado rumores de cortes da ordem de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e enquadramento da política de reajuste do salário mínimo às regras de crescimento real de gastos do arcabouço. No fim da semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu o anúncio do plano para esta segunda-feira (25) ou amanhã.
A influência da expectativa pelo pacote na dinâmica de negócios foi patente ao longo de todo o pregão. Pela manhã, o dólar até recuou e operou abaixo de R$ 5,80, acompanhando parcialmente a onda de desvalorização da moeda americana no exterior. O real, contudo, já apresentava desempenho inferior a de seus pares, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
Ao longo da tarde, a moeda americana ganhou fôlego no mercado local e chegou a operar em diversos momentos em alta, embora modesta, correndo até o pico a R$ 5,8213. Com a perda de força no fim do dia, acabou a sessão em baixa de 0,15%, cotada a R$ 5,8055. Lá fora, o dia foi marcado por uma queda firme dólar em relação a moedas fortes e à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities.
Segundo analistas, a nomeação de Scott Bessent para secretário do Tesouro dos EUA no próximo governo de Donald Trump amenizou temores de aumento do déficit público e abriu espaço para alívio das taxas dos Treasuries e uma correção dos ganhos recentes da moeda americana. Entre as demais divisas, destaque para a valorização de mais de 1% do florim húngaro e do shekel israelense, este impulsionado pela possibilidade de um cessar fogo entre Israel e o Hezbollah.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira