As contas de serviços essenciais, como luz, água, gás e telefone, representaram em agosto 25% das dívidas pendentes dos brasileiros.
Trata-se do maior patamar para esse tipo de dívida desde o início da série histórica, em janeiro de 2019. Os dados fazem parte de um estudo da Serasa Experian, antecipado à reportagem.
O levantamento também mostra que a inadimplência voltou a subir no Brasil em agosto, com 320 mil devedores a mais do que em julho. Ao todo, 71,74 milhões de pessoas estavam no cadastro de nome sujo.
Desse total, 50,4% são mulheres e 49,6% são homens. As faixas etárias mais afetadas são de 41 a 60 anos de idade (35%) e de 26 a 40 anos (34,5%).
Dentro desse universo de contas atrasadas, 24,74% eram do tipo de serviços essenciais. O número de dívidas nas contas básicas em agosto cresceu 13,82% -houve alta de 2,40% ante o mês anterior.
Em junho, a quantidade de brasileiros no cadastro de devedores havia caído pela primeira vez no ano, para 71,45 milhões, mesmo antes do início do Desenrola Brasil, como mostrou reportagem da Folha. Julho seguiu a mesma tendência, com a queda para 71,41 milhões de brasileiros.
As contas atrasadas com bancos e cartões de crédito caíram pelo segundo mês seguido. Em agosto, a retração foi de -0,82%.
No entanto, essa categoria ainda segue sendo o principal motivo para o endividamento dos brasileiros, representando 29,29% das contas atrasadas.
Até o fim de setembro, terá início a Faixa 1 do Desenrola. A etapa promete negociar contas atrasadas de até R$ 5.000. Estarão inclusos outros tipos de dívida além das bancárias, que foram o foco da primeira fase do programa.
Na nova fase, haverá uma plataforma para a renegociação das dívidas. O público-alvo será pessoas com renda de até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no CadÚnico.
Nesta semana, o Ministério da Fazenda anunciou que interessados em aderir à Faixa 1 do Desenrola precisarão ter uma conta nível prata ou ouro no portal Gov.Br.
Para essa renegociação, o governo federal irá oferecer R$ 8 bilhões, por meio do FGO (Fundo de Garantia de Operações), como garantia para o funcionamento do programa. Desde o lançamento do Desenrola, o Banco do Brasil renegociou R$ 7,86 bilhões.