Foto: Divulgação

Dia 21 de março, Dia Internacional contra a Discriminação Racial

Comemorado hoje, 21 de março, o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. No Brasil, esse dia também é comemorado o dia Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, que são as religiões mais afetadas pelos crimes de intolerância.

Em nosso País, segundo L7716  a Constituição de 1988 garante a igualdade racial, tornando a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão. Qualquer comportamento ou fala de distinção, exclusão, restrição ou preferência por determinada raça, nacionalidade, ascendência, cor ou ética é considerado discriminação racial. No Amazonas os índices de casos registrados ainda estão baixos, segundo a última pesquisa feita pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), em Manaus, cinco casos de racismo foram registrados no primeiro trimestre do ano – SSP nos três primeiros meses do ano, cinco casos de racismo foram registrados em toda capital amazonense.

O Amazonas, é formado por uma rica diversidade cultural, uma mistura de raças e religiões que enriquecem a cultura do seu povo. A primeira brasileira a ganhar o concurso de Miss Petite Internacional, é a manauara Lorena Carioca, uma mulher que levou essa mistura regional miscigenada para o mundo ver. Em relato ao Portal Amazônia Press,  Carioca falou que acredita que é um exemplo de representatividade, mas que por vezes enfrentou discriminação . A miss chegou a relatar que mesmo com tudo que passou, nunca pensou em denunciar ocorridos pela imaturidade da época.

“Enquanto trabalhava como modelo fui não fui contratada por conta da minha cor, fui contratada para desfilar em uma loja de noivas, experimentei o vestido e a dona da loja chegou e mandou eu tirar e colocou um vestido de debutante e disse que não tinha ficado legal por causa do tamanho, eu cheguei no evento tinha uma moça com o vestido que eu ia usar, tinha as mesma medidas que eu”, disse ela.

A modelo e miss, que desde os 17 anos trabalha pelo seu espaço, atualmente é criadora de conteúdo digital, fala ainda do quanto se sente feliz em representar milhares de mulheres pretas.

“Hoje sou uma pessoa ativa nas mídias sociais e sempre falo sobre esses assuntos nas minhas redes sociais, e claro se acontecer não penso duas vezes em denunciar. Fico muito feliz em representar as mulheres pretas e amazônidas, fico muito realizada quando vejo que estamos ganhando espaços, o recado que eu deixo para as meninas pretas é, sejam fortes e corajosas, somos maravilhosas e empoderadas, se aceitem e não desistam dos seus sonhos”.

Assim como Lorena que busca fazer o melhor para representar as mulheres pretas do seu estado, estão dezenas de pessoas que buscam trazer informações e voz, para aqueles que ainda não conhecem seus direitos de fato perante a lei, que trabalham ativamente na luta contra a discriminação manauara, luta essa que requer conhecimento para ser combatida. 

O conhecimento é essencial para dar fim a decriminação. O receio e a aversão contra raças diferentes são combatidos com a compreensão de que, apesar das diferenças, todos têm muito em comum. As distinções entre hábitos, costumes e crenças são mínimas se comparadas às semelhanças.  

Em busca de tornar esse conhecimento acessível, é o que motivou a luta do ativista Christian Rocha, presidente do Instituto Nacional Afro Origem do Amazonas (Inaô – AM), e representante das causas negras, o mesmo foi homenageado pela Câmara Municipal de Manaus (CMM) durante reunião solene de Outorga da “Medalha de Ouro Nestor Nascimento” pela luta frente às causas raciais .
Christian expõe que a discriminação no Brasil era camuflada e com o passar dos anos se tornou explicito. Ao ser questionado sobre como ele tem tentado mudar esse cenário, Christian disse que é lançando campanhas e gerando Igualdade e Justiça, como as que estão tendo no momento como a distribuição exemplares do estatuto da igualdade racial.

 “O racismo no Brasil ficou mais evidente, a décadas ele era disfarçado, mas hoje ficou evidente. Somos um Instituto Nacional, com trabalho voluntário em Manaus, estamos fazendo a nossa parte, educando e conscientizando, infelizmente o Brasil, é um país campeão em práticas criminosas como o racismo. E precisamos continuar educando, pedindo para os operadores de direito, a Polícia Militar e Civil para ter uma ótica compreensiva e justa sobre a problemática, e principalmente os negros, passar a reconhecer sua história e a sua causa. As políticas públicas precisam existir para amenizar as diferenças sociais abismais existentes no Amazonas”, finaliza o presidente do movimento INAO.

Em Manaus a pessoa que sofre qualquer tipo de descriminação racial, pode procurar a Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops), a Deops fica no prédio da Delegacia Geral da Polícia Civil, na avenida Coronel Teixeira, bairro Dom Pedro, zona Centro-Oeste. O telefone de contato da unidade é o (92) 3214-2268.