O cantor Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, abriu o jogo sobre o uso de drogas na década de 90, quando o grupo de rock fez muito sucesso em todo Brasil.
Em entrevista ao podcast “PodPah”, Dinho afirmou que precisou usar drogas para lidar com a fama e também com o próprio julgamento sobre os seus méritos diante de tudo que o grupo conquistou rapidamente.. “Foi muito excesso, muita droga e muita acabação. Eu achava que fazia para afogar a sensação de não estar à altura do desafio (…) Talvez a frustração de eu saber das minhas próprias limitações, tenha me levado a tentar afogar as minhas mágoas. Uma anestesia quase. As drogas estavam ligadas a minha percepção de mim mesmo, na noção das minhas próprias limitações e limites”
O cantor assumiu que precisou deixar o Capital Inicial para tentar fugir das drogas. Segundo Dinho, a decisão pegou os fãs de surpresa, pois ninguém sabia o que realmente estava acontecendo. O vocalista do grupo também relembrou que pessoas drogadas, e muitas vezes desconhecidas, dormiam na sala do seu apartamento “Eu saio do Capital em 93. O Capital acaba virando uma descida para o inferno em excesso. Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, Um período como uma coisa fora de forma. Uns três quatro anos. É incrível eu ter sobrevivido. Era álcool e cocaína. Quando entra nessa bola de neve, de acabação, chega uma hora que eu falo ‘tenho que sair do Capital, parar com isso aqui’. Ninguém sabia, nem meus pais”, revelou.
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Após a saída do grupo, Dinho voltou ao comando do Capital Inicial em 1998. O cantor creditou à esposa, Mariana Cattaneo, a virada de chave na luta contra as drogas. “Foram anos de aprendizado para entender que eu era o senhor do meu destino. Que eu sabia compor, cantar, dar show. Era como se eu precisasse espiar meus demônios em público (…) Um pouco depois disso eu conheci a minha mulher, que é a minha mulher até hoje. Ela foi a minha salvação. E a partir dali, começo a reconstruir a minha vida do que ela é hoje”, finalizou Dinho.
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