Cirurgião cardíaco destaca que o controle da hipertensão envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo mudanças no estilo de vida
O Dia Mundial da Hipertensão é comemorado nesta quarta-feira (17/05), com o objetivo de alertar a população sobre os riscos dessa doença. Também conhecida como pressão alta, a condição médica ocorre quando a pressão da corrente sanguínea nas artérias é elevada de forma persistente. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) alerta que a condição é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).
No Brasil, a hipertensão arterial é a doença mais comum e a principal causa de morte da população. Segundo o Ministério da Saúde (MS), ela é responsável pela morte de 300 mil brasileiros por ano, o que equivale a 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada 2 minutos. Os dados do MS apontam que 32% da população adulta brasileira, ou o equivalente a 36 milhões de indivíduos, têm hipertensão.
O cirurgião cardíaco George Butel, que atua no Hospital do Coração Francisca Mendes, explica que em alguns casos, a doença não apresenta sintomas e pode ser silenciosa, o que faz com que muitas pessoas não saibam que estão hipertensas, o que pode dificultar o tratamento e os cuidados para evitar que a condição se agrave.
“Em uma grande maioria dos pacientes, a hipertensão se manifesta de uma maneira bem silenciosa, às vezes, a pessoa não sabe que ela é hipertensa, não sabe dos seus níveis de pressão estão acima do normal, ela não tem sintoma”, destaca o especialista. “Algumas vezes, a gente descobre por acaso ou por uma aferição de pressão e percebe que seus níveis de pressão estão elevados”, alerta.
O médico acrescenta que para constatar e afirmar que a pressão é hipertensa, vai ter que fazer medidas seriadas em situação de estresse, situação de repouso para ver se esse nível se mantém.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito e podem ocorrer dores no peito, outros sinais são dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. Medir a pressão regularmente é a única maneira de diagnosticar a hipertensão. Pessoas acima de 20 anos de idade devem medir a pressão ao menos uma vez por ano. Se houver casos de pessoas com pressão alta na família, deve-se medir no mínimo duas vezes por ano.
Prevenção e tratamento
O cirurgião cardíaco destaca que o controle da hipertensão envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui mudanças no estilo de vida, como a prática regular de atividade física e a adoção de uma dieta saudável e equilibrada, além do uso de medicamentos prescritos pelo médico, quando necessário.
De acordo com o especialista, o tratamento da hipertensão apresenta duas linhas. A linha primária consiste em medidas dietéticas, como diminuir a ingestão de sal, fazer atividade física leve, melhorar a qualidade dos alimentos ingeridos e mudar hábitos de vida, como evitar atividades estressantes.
E a linha secundária envolve o tratamento medicamentoso para controlar a hipertensão arterial, mas com essas medidas podem melhorar os níveis de pressão arterial sem a necessidade de tratamento medicamentoso. “É importante cuidar do diabetes e diminuir o consumo de tabaco para melhorar os níveis de pressão”, diz o médico.
A hipertensão não tem cura, destaca o especialista, mas pode ser controlada com o tratamento adequado. Ele alerta que a falta de controle da condição pode levar a complicações graves, como danos aos órgãos e redução da qualidade de vida.
Contatos para a imprensa: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM)