Na manhã desta terça-feira (3), trabalhadores da saúde se reuniram na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), para cobrar salários atrasados e condições dignas de trabalho nos hospitais de Manaus gerenciados pelo governo de Wilson Lima (União Brasil). “Nós iremos forçar uma paralisação dos trabalhadores da saúde, se não pagarem os trabalhadores antes do Natal e do Ano Novo”, afirmou o líder do movimento ‘Todos pela Saúde’, Denison Vilar do Samu.
A ameaça de paralisação ocorre no momento em que os profissionais estão lutando pelos seus direitos básicos. Conforme os relatos dos enfermeiros e técnicos de enfermagem, muitos estão recebendo apenas o auxílio-transporte com salários atrasados desde maio e setembro deste ano e que só conseguem sobreviver porque, no tempo em que não estão em hospitais, estão prestando serviços particulares.
Mesmo sendo um profissional da rede municipal, o líder do movimento ‘Todos pela saúde’, Denison Vilar Do Samu, luta para que todos os que estão sofrendo com os descasos da administração de Wilson Lima, que prestam serviços para empresas terceirizadas no Amazonas, e defende uma paralisação nos últimos dias do ano para mostrar ao governo a urgência da situação.
“É involuntário, nem que a gente não queira, vamos ter que parar. Porque o descaso parte da Casa Legislativa, parte do Tribunal de Contas, a paralisação vai ser inevitável. No Natal e Ano Novo, você acha que alguém vai trabalhar para salvar a tua vida, sem receber os direitos trabalhistas, sem receber um auxílio transporte, pagando para trabalhar?”, questionou Denison ao citar a falta de preocupação das autoridades.
O líder do movimento afirmou ainda que vários profissionais da saúde estão trabalhando de graça, sem receber, na esperança de entrar no serviço público, mas sem esperanças de um concurso público.
Apesar da presença dos profissionais da saúde, os deputados do Amazonas não estiveram na Casa, isso porque os parlamentares estão na 27ª Conferência Nacional da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale).
A assistente social Leila Mariano, que trabalha em um hospital público e representa as mulheres trabalhadoras da saúde, afirmou que os pagamentos atrasados têm sido recorrentes nos últimos dois anos, o que tem desgastado a qualidade de atendimento nas unidades de saúde.
“Entram, trabalham dois, três meses, não tem pagamento, vão embora, entram outros e a gente fica nessa agonia de não prestar um bom trabalho, um bom atendimento por causa da falta de pagamentos. Eles estão enrolando a mais de dois anos, então a gente quer posicionamento tanto desta Casa quanto do Ministério Público do Trabalho”, declarou Leila.
No dia 10 de dezembro de 2024, na próxima terça-feira, às 8h, os profissionais da saúde voltarão à Aleam para pressionar os deputados e o governador do Amazonas, Wilson Lima, para cobrar os salários, progressões, promoções e datas-base.
“Deixo aqui bem claro para o Governo do Estado do Amazonas que nós iremos forçar uma paralisação dos trabalhadores da saúde, se não pagarem os trabalhadores antes do Natal e do Ano Novo. Haverá paralisação porque não tem auxílio transporte, não tem auxílio alimentação, o trabalhador não tem condições de continuar trabalhando sem receber”, finalizou Denison.
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