O descaso na saúde na gestão do governador Wilson Lima (UB), está chamando atenção dos deputados Wilker Barreto (Mobiliza) e Mayra Dias (Avante), que estão cobrando os salários atrasados de profissionais da saúde e esclarecimento na demissão de 25 funcionários da Fundação de Medicina Tropical que foram dispensados sem receber nada.
O que aconteceu na Fundação de Medicina Tropical
O deputado Wilker pontuou durante a última sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que a situação dos funcionários terceirizados da Cooperativa de Enfermeiros do Amazonas (Coopeam), acaba impactando no atendimento de pacientes que precisam dos serviços.
Wilker sustentou ainda que falou com o diretor-presidente da unidade hospitalar, o senhor Marcus Guerra, e o questionou sobre as demissões. Conforme o parlamentar, o responsável justificou que não seria mais necessária a mão de obra dos profissionais, optando pela quebra no contrato com a Coopeam.
“Eles estavam trabalhando de graça. Estive na SES e não gosto de ser injusto não. Essa culpa foi do diretor da unidade Fundação de Medicina Tropical, que assumiu a responsabilidade de dispensar 25 profissionais da saúde, sob a alegação de que não precisava. Eu falei: Meu amigo, qual é o hospital hoje do Amazonas que está rodando dentro da normalidade? Me diga. Nenhum. Quando falo que 25 enfermeiros e enfermeiras deixaram de trabalhar, eu estou falando que o povo está exposto”, afirmou Wilker.
Mais descasos
A deputada estadual Mayra Dias, por sua vez, destacou dois problemas críticos: o atraso no pagamento dos profissionais da saúde e a falta de equipamentos essenciais no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto.
A parlamentar afirmou que profissionais de saúde de unidades como os Hospitais 28 de Agosto, Platão Araújo, Joãozinho e o Hospital da Criança da zona Sul estão sem receber seus salários referentes aos meses de agosto e setembro.
Segundo ela, são 103 profissionais que não estão recebendo nada pelo seu trabalho.
“O Governo do Estado não paga a empresa Manaus Diagnósticos Médicos de Apoio à Gestão de Saúde LTDA (MADIM), o que compromete diretamente o funcionamento da saúde pública. Não é possível oferecer um atendimento de qualidade quando aqueles que sustentam o sistema não têm segurança financeira de receber em dia”, destacou a deputada.
A situação alerta para o risco eminente de greves e um desgaste na saúde pública em Manaus.
“Não podemos mais tolerar que vidas sejam colocadas em risco por negligência ou falta de investimento adequado. A saúde pública do Amazonas clama por socorro”, complementou Dias.
O silêncio de Wilson Lima
Os deputados pedem a criação de um cronograma regular de pagamentos, que os repasses sejam priorizados no orçamento estadual, e cobram transparência na atuação do governo e da Secretaria de Saúde.
A equipe de reportagem do portal Amazônia Press tentou contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde (SES-AM) para obter esclarecimentos e saber quais medidas serão tomadas, mas até o momento, não obtivemos retorno.