O Dia Mundial do Sono é celebrado nesta sexta-feira (17) e deve ser usado como um lembrete sobre a importância de dormir bem. Em especial, o tema de 2023 traz a reflexão de que o “sono é essencial para a saúde”.
Pensando nisso, o R7 conversou com especialistas e separou sete problemas de saúde que podem surgir ou se agravar em razão da falta de sono.
A privação de sono, apesar de ser diferente para cada pessoa, pode ser entendida como uma noite maldormida.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), quatro em cada dez pessoas não têm sono de boa qualidade.
“O número de horas de sono varia conforme a idade. Então, quando falamos em privação de sono, estamos nos referindo àquelas pessoas que estão dormindo menos do que a sua necessidade, ou menos do que é recomendado a sua idade”, explica a neurologista e neurofisiologista Márcia Assis, vice-presidente da ABS (Associação Brasileira do Sono).
A média de horas para um sono saudável — que restaura e dá energia — para cada faixa etária é:
• adultos: de 7 a 8 horas de sono de qualidade e em horários regulares;
• adolescentes: cerca de 8 a 10 horas diariamente;
• crianças: de 9 a 13 horas de sono;
• bebês: precisam dormir de 12 a 16 horas por dia.
Também pode haver pessoas que dormem menos do que o recomendado — por exemplo, seis horas — e seguem satisfeitas e dinâmicas durante o dia. Essa variação interpessoal é comum.
A privação pode se estender por meses (chamada de crônica) ou ser esporádica (aguda).
“A privação crônica acontece quando essa redução do número de horas de sono persiste: a pessoa criou essa rotina de dormir pouco, por um tempo prolongado. Ela também pode ser aguda — [dura] poucos dias”, diz Márcia.
Cansaço, sonolência, irritabilidade e alterações de apetite são sintomas comuns de privação de sono aguda, porém, quando ela se torna recorrente, há um aumento do risco de doenças.
Entre elas, estão:
Pessoas diabéticas, segundo a neurologista, devem manter uma atenção especial em relação à higiene do sono.
De acordo com a endocrinologista Thais Mussi, da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), uma noite maldormida já faz com que, no dia seguinte, a pessoa tenha uma instabilidade hormonal.
“[Terá] uma desregulação do hormônio leptina, que é o hormônio da saciedade, um aumento da grelina, que é o hormônio da fome, e o nível de cortisol, que é o hormônio do estresse, acaba aumentando também”, explica.
Essa relação do desequilíbrio de leptina e grelina pode fazer com que a pessoa tenha mais vontade de comer, geralmente alimentos mais palatáveis, ricos em carboidratos e açúcar, o que pode aumentar os níveis de glicemia e piorar o diabetes.
Além disso, um estudo publicado na revista Research, Society and Development, em 2022, mostrou que a privação de sono prejudica a sensibilidade à insulina e a captação de glicose pelas células-alvo, o que aumenta a resistência à insulina e leva a um quadro de diabetes tipo 2.
Segundo o Instituto do Sono, o peso corporal e o sono estão extremamente relacionados.
Privações de sono podem favorecer o ganho de peso, bem como a obesidade pode afetar a qualidade dele.
Uma das explicações está relacionada à grelina e à leptina, que aumentam a vontade de comer e alteram a capacidade de escolha dos alimentos.
Além do mais, esse desequilíbrio incentiva uma maior ingestão calórica — relacionada a uma maior propensão à obesidade.