Nome do Novo ao Planalto em 2022, o cientista político Felipe D’ávila, defendeu ao portal O TEMPO o ato pró-democracia, realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na quinta-feira (11).
O cientista político descreveu a mobilização como “um sinal inequívoco da importância da democracia, das liberdades individuais e do Estado de direito”. No entanto, criticou a participação do que classificou como “lobos em pele de cordeiro no ato”.
“Em época eleitoral todo mundo gosta de surfar em algo popular, principalmente um evento com um milhão de pessoas participando. Agora, nós precisamos entender a história das pessoas […] alguns desses defensores da democracia contribuíram para degenerar as instituições democráticas no Brasil”, declarou.
À reportagem, D’avila afirmou que tem um diferencial em relação aos demais candidatos por ser coordenador do movimento “Unidos Pelo Brasil” e fundador do CLP (Centro de Liderança Pública), uma organização sem fins lucrativos, além de estar comprometido com uma ‘agenda modernizadora’ para o país
“Todos esses outros candidatos ou estão ou já estiveram no poder há muito tempo e não conseguiram fazer avançar a pauta modernizadora no Brasil. Ela passa pela reforma do estado, abertura econômica, sustentabilidade, e melhoria educação”, disse.
Nível de conhecimento pelo eleitorado
Em sua primeira disputa pública, D’ávila, que pontua timidamente nas pesquisas eleitorais, enfrenta o desafio de ser mais conhecido pelo eleitor braisleiro. Apesar disso, declara que vem “despertando a consciência do eleitor caminhando pelo Brasil e conversando com as pessoas”.
“Precisamos reaproximar a política das pessoas,e mostrar a elas que não vamos mudar o país repetindo as velhas formas do passado que só contribuíram com o aumento da desigualdade social, descaso com a economia, para a volta da inflação e para o aumento da pobreza e da miséria no Brasil”, disse.
Candidato mais rico disputando vaga ao Planalto
Na entrevista, o empresário também comentou o valor do seu patrimônio de R$24.619.627,66 registrado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o maior dos 10 postulantes ao Planalto.
Apesar do cenário de alta da fome e instabilidade econômica, o cientista político declarou que o valor milionário deveria ser um ativo “para o eleitor votar em alguém que sabe ganhar o dinheiro dignamente no setor privado, que nunca teve um cargo público, e que se dedica ao país gerando emprego e renda”.
Depois de d’Ávila, os maiores patrimônios foram registrados pelo influenciador, coach e postulante ao Planalto, Pablo Marçal (PROS), com R$16.942.541,15. O ex-presidente Lula (PT) fica em terceiro com R$7.423.725,78.
Programa de governo
O candidato, que lançou um plano de governo intitulado “Um novo Brasil para todos”, critica a polarização entre os também postulantes ao Planalto Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
No documento, o cientista político analisa que o Brasil pode “aproveitar a mudança da economia global para gerar crescimento, trabalho, prosperidade e bem-estar para todos”.
Entre os principais pontos do documento, estão 5 pilares principais: a abertura da economia, adoção de uma política ambiental sustentável, aprimoramento da educação básica, prosseguindo a reforma do estado e combate a pobreza extrema.
O plano ainda foi inspirado por pautas lavajatistas, como fim do foro privilegiado, a prisão em segunda instância e o mandato fixo para o chefe da Polícia Federal (PF).
“Inclusive, conversamos com Moro. Aproveitamos essas pautas entendendo que elas são fundamentais para combater a corrupção no Brasil”.
Em seu plano de governo, está presente também o deputado federal Tiago Mitraud (NOVO), candidato a vice na chapa com o cientista político.
Segundo d’Ávila, a escolha do parlamentar para compor a chapa puro sangue ao Planalto tem como um dos objetivos viabilizar o diálogo com o Congresso Nacional.
“O presidente da república precisa de um vice que seja capaz de dialogar com o Congresso. Nós vimos que a grande crise deste governo foi a incapacidade de dialogar com a Câmara e o Senado Federal”.
Relação com Zema
D’Avila também comentou sobre o seu correligionário e governador de Minas Gerais (MG), Romeu Zema, a quem classificou como seu maior cabo eleitoral no estado.
O postulante ao Planalto fez menção a Zema ao comentar como está a articulação política, em MG, pelo seu nome ao Planalto. Minas Gerais é o segundo colégio eleitoral do país com 16.290.870 eleitores, segundo o TSE.
“Zema é a melhor vitrine do Novo e meu cabo eleitoral. Mostrou, ao chegar ao poder, a competência para sanear as finanças públicas do estado […] um governo cuja popularidade reflete a entrega, é isso que é a boa política do Brasil”, declarou.
Liberais com Bolsonaro?
O empresário, que se considera liberal, também comentou sobre a agenda política adotada pelo governo Bolsonaro. Segundo ele, a atual gestão, que tem no plano de governo o liberalismo econômico, se rendeu ao fisiologismo político e esqueceu da promessa.
“A pauta do posto Ipiranga foi abandonada. onde estão as privatizações, abertura comercial, a descentralização do poder, o famoso menos Brasília e mais Brasil?”, questionou.
Por Gabriela Oliva