Com o intuito de negociar e acordar planos para combater as alterações do clima, líderes mundiais se reúnem em Glasgow, na Escócia para a 26ª edição da Cúpula Climática da ONU (COP) que vai de 31 de outubro a 12 de novembro. A reunião é a mais importante desde a COP21, em 2015, quando quase 200 líderes mundiais assinaram o Acordo de Paris e formalizaram seu comprometimento em frear as mudanças climáticas.

Até o momento, a COP 26 trouxe alguns anúncios com o objetivo de diminuir essas mudanças, como um novo acordo entre os governos (incluindo o Brasil) para combater o desmatamento até 2030. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não está na COP26, mas enviou um vídeo com menos de três minutos com um discurso para o evento. Sem falar no desmatamento, em queimadas ou na Amazônia, o presidente declarou que: “o Brasil é parte da solução para superar esse desafio global. Os resultados alcançados por nosso país até 2020 demonstram quem podemos ser ainda mais ambiciosos”. O governo brasileiro foi representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.

Em Roma, na Itália, participando da reunião dos líderes das 20 maiores economias do mundo, o G20, Bolsonaro tem sido muito criticado por ser flagrado preferindo ficar isolado em um banco no G20, conversando com garçons e passeando pela cidade do que buscar reuniões com os demais líderes.

A COP26 é o prazo final para que os países apresentem seus planos de redução de emissões de gases do efeito estufa. Juntos, estes planos precisam colocar o mundo no caminho certo para deter o aumento da temperatura global de mais de 1,5ºC até o final do século.

O garimpo ilegal é outro tema a ser debatido, visto que tem avançado constantemente na Amazônia. Nesta sexta-feira (5), as lideranças Nara Baré, Alessandra Munduruku e Maurício Ye’kwana, a deputada federal Joênia Wapichana e o advogado Luiz Eloy Terena vão debater sobre os impactos do garimpo ilegal nos territórios indígenas.

O encontro estava previsto para ocorrer ano passado, mas teve sua data original transferida em razão da pandemia do coronavírus. A última COP aconteceu em Madrid, em 2019.

Confira o discurso de Bolsonaro na íntegra:

O Brasil é uma potência verde. Temos a maior biodiversidade do planeta, a maior e mais rica cobertura florestal e uma das maiores áreas oceânicas. No combate à mudança do clima, sempre fomos parte da solução, não do problema.

Na semana passada, lancei as bases do Programa Nacional de Crescimento Verde, que traz as preocupações ambientais para o centro da agenda econômica. Ao promover uma “economia verde”, o Programa vai orientar as ações de proteção e conservação do meio ambiente por meio de incentivos econômicos, direcionando recursos e atraindo investimentos. Com isso, vamos favorecer ações e projetos de conservação da floresta, uso racional dos recursos naturais, redução de emissões de gases de efeito estufa e, principalmente, geração de “empregos verdes”.

Atualmente, o Governo Federal conta com linhas de crédito e investimentos que, somadas, superam a casa dos cinquenta bilhões de dólares. Esse montante é oferecido para projetos “verdes”, em áreas como conservação e restauração florestal, agricultura de baixas emissões, energia renovável, saneamento, transporte e tecnologia da informação. Esses recursos vão impulsionar a economia, gerar emprego, e contribuir para consolidar o Brasil como a maior “economia verde” do mundo. 

Nossa iniciativa está em linha com a resposta global à mudança do clima. Promove o desenvolvimento sustentável com baixas emissões e busca a erradicação da pobreza, garantindo a produção de alimentos em larga escala, tão importante para a segurança alimentar global.

Vamos agir com responsabilidade, buscando soluções reais para uma transição que se faz urgente. Vamos oferecer melhor qualidade de vida a todos os brasileiros. Assim vamos, também, contribuir para melhorar a qualidade de vida em todo o planeta.

Repito minha mensagem a todos que participam da COP-26 e ao povo brasileiro: o Brasil é parte da solução para superar esse desafio global. Os resultados alcançados por nosso país até 2020 demonstram que podemos ser ainda mais ambiciosos. Por isso, autorizei o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, a apresentar durante a COP-26 novas metas climáticas.