INTRODUÇÃO : Nesta semana alguém postou no Facebook uma pergunta que
me deixou pensativo e me oportunizou este sermão: Você prega a graça
ou a espada? Bem, precisamos pregar a graça, sem jamais esquecer a
espada. A nossa liberdade precisa ser defendida, nem que seja com o uso
da espada.
Entendi o quanto alguns têm usado de interpretações errôneas sobre
a graça e que isto pode trazer sérios prejuízos ao evangelho e a
igreja, tão atacada, tão ferida e tão enlameada.
A graça é irreversível. Uma vez que entendemos, que a recebemos e
que passamos a vivê-la, entendemos o que Jesus quis dizer na oração
dominical: “Que venha o Teu reino”.
A graça nos remete para um estado de tamanha liberdade, de tamanha
inocência, que muitas das vezes ficamos perigosamente distraídos, em
êxtase e esquecemos do nosso principal adversário, que não descansa e
fica, segundo a Bíblia, andando ao nosso derredor, buscando somente uma
brecha para nos atacar.
Este ataque nem sempre é direto e escancarado. Muitas das vezes o
inimigo usa de situações que cabem na nossa necessidade, na nossa
fragilidade, nos nossos sonhos e desejos e, dissimuladamente,
sorrateiramente, nos aparece com propostas e soluções que ao primeiro
olhar são verdadeiras bênçãos, mas o que vem a seguir prova que era
apenas uma armadilha, um tropeço.
Por isto insistimos que o “estado de graça” não pode ser uma
alienação da realidade. A graça indiscutivelmente existe, a liberdade
é um fruto real desta graça, mas para mantermos esta graça precisamos
estar em vigilância permanente.
A Bíblia traz fartos exemplos de homens que foram presenteados com
esta graça, mas por causa da negligência, do excesso de confiança ou
ainda pelo êxtase desta graça, vieram a cair vergonhosamente nas
ciladas do inimigo.
O primeiro casal tinha uma relação invejável com Deus. Totalmente
dependente de Deus, que vinha às tardes para conversar com eles no
Jardim do Édem. Mesmo assim, foi induzido com palavras verdadeiras, mas
que pregava uma desobediência à vontade de Deus. Como resultado, teve
a expulsão decretada e perdeu o contato direto com Deus; perdeu a
intimidade.
Sansão também é um triste exemplo de alguém que não soube lidar
com a graça. Deus o escolheu para ser o super herói do seu povo, ainda
no ventre da sua mãe. Mas preferiu a carne e os falsos prazeres que ela
oferece.
PRIMEIRA PARTE: O que precisamos fazer para vivermos a graça sem
corrermos riscos de perdê-la?
1 – Sede sóbrios – 1 Pedro 5.8 – Precisamos ser comedidos. A
graça não é uma brincadeira e não tolera irresponsabilidade. A
graça não é licenciosidade, não é permissão para pecar. Aqui
estamos lidando com vida eterna e com morte eterna; com reconciliação
com Deus ou com as duras palavras d’Ele: Nem vos conheço.
A proposta do evangelho é liberdade sim, mas a caminhada com Cristo é
repleta de lutas, provações, sacrifícios e batalhas.
2 – Vigiai – 1 Pedro 5.8 – Por mais segura que seja a nossa
cidade, por mais seguro que seja nosso bairro, nossa comunidade, nosso
condomínio, as nossas casas tem portas, janelas e muitas têm grades e
muros. Isto é vigilância.
Assim também é na nossa vida espiritual, ou pelo menos deveria ser.
Ainda mais perigoso, quando o nosso adversário declarado é o diabo.
3 – Sujeitai-vos a Deus – Tiago 4.7 – É ter toda a nossa vida,
nossa vontade, nossos sonhos, nossos projetos sujeitos à vontade de
Deus. Cansamos de afirmar que Deus sabe o que é melhor para nós e que
Deus tem o melhor para nós, mas insistimos em querer viver a nossa
própria vontade.
O Salmo 37 é um salmo que clama pela nossa confiança: “entrega o
teu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais Ele fará.
Sujeitai-vos a Deus e confie em Deus.
4 – Resistir ao diabo – 1 Pedro 5.9 – Não precisamos
radicalizar. Temos aberto mão de muitas coisas e deixado de fazer
tantas outras, em nome de uma obediência e de um respeito ao Senhor. É
muito simples. Seja verdadeiro. Veja as coisas que podem resultar em
queda, em pecado, em desobediência e resista.
Se o seu problema é beber, você não é obrigado a fazê-lo; resista.
5 – Orai sem cessar – Efésios 6.18 – Não pare de orar. Orar é
conversar com Deus. É estar em constante comunicação com Ele.
6 – Revesti-vos de toda a armadura de Deus – Efésios 6.11 – Se a
graça fosse ausência de guerra, por que nos revestiríamos de toda a
armadura de Deus? Só se fosse um baile à fantasia.
A armadura de Deus, com todos os seus acessórios, nos dão uma
proteção extra para a nossa mente, nosso coração, nossa alma, nosso
espírito, nossa fé e nossa convicção.
7 – Fortalecei-vos no Senhor – Efésios 6.10 – É a palavra de Deus
que nos alimenta. Estamos vivendo a geração de um evangelho que tem
enchido a nossa barriga, mas não tem nos dado a sustância necessária
para nos mantermos de pé.
SEGUNDA PARTE – Aprendemos que a graça nos fez representantes do
poder e da autoridade de Deus aqui na terra. O inimigo todavia sabe que,
uma vez convictos desta importância a igreja de Jesus seria imbatível
e que isto significaria a falência dos projetos do inferno.
O inimigo sabe que já não pode nos enganar com o artifício que ele
usou com Eva. Então, como o mundo jaz no maligno, ele criou o
consumismo e nós nos tornamos dependentes. Já não temos mais tempo
para a família, para os amigos, para os grupos sociais, para a igreja,
que dirá para a obra do Senhor.
Os nossos dias diminuíram de tamanho e ou nossos compromissos
aumentaram. Mas tudo isto vem travestido da procura de bem estar e de
qualidade de vida. Precisamos estar vigilantes.
Precisamos colocar em ação os conselhos da primeira parte deste
sermão para que possamos usufruir da graça e podermos viver a
verdadeira liberdade que o Espírito nos propõe.
CONCLUSÃO: A graça é a desinteressada e verdadeira confiança de
Deus em nos. Se quisermos vivê-la em sua plenitude, precisamos agir que
sejamos merecedores dela e para que o inimigo não a roube de nós.