Foto: Instagram/ @nataliademes

A pré-candidata ao governo do Amazonas, a Advogada Natália Demes, concedeu, nesta sexta-feira (10), entrevista ao Portal Amazônia Press. Natália falou sobre os motivos que inviabilizou sua candidatura, as alianças para as eleições de 2022, entre outros assuntos. Ela é a segunda pré-candidata mulher na corrida pela disputa. No entanto, o partido decidirá em sua conferência quem será o nome final que disputará o governo pelo Psol.

Natalia Demes carrega um imenso currículo em suas costas, advogada na área de Direito Administrativo e Direito à Saúde, Natália foi aluna de doutorado em Direito Constitucional na Universidad de Buenos Aires (UBA), é diretora da Associação Humaniza Coletivo, pesquisadora e ativista pela humanização do parto e enfrentamento à violência obstétrica.

Em conversa com nossa redação, Natália falou um pouco sobre o que pretende mudar no Amazonas, caso seja eleita. 

“Ocorrerão mudanças. Pretendo fazer o que não foi feito e de um jeito que nunca foi feito, principalmente quanto aos meios de ouvir a população, para planejar e debater o orçamento do estado de forma participativa, desde a capital até as comunidades ribeirinhas mais distantes. Tal como o nosso partido já faz em Belém, com o programa Tá Selado, aliás, um programa que está sendo premiado internacionalmente e tem sido citado como referência pelo Lula”, disse ela.

Ela ainda falou a respeito do termo ‘esquerdo e direito’, ao ser questionada sobre seu lado político, Demes afirma.

“Eu aprendi que, para muito além de ideologias fechadas, estar no campo da esquerda é defender os mais pobres, defender o papel do estado na economia, defender os direitos humanos e a defesa do meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Portanto, sou de esquerda sim! Eu e mais 49% da população brasileira, segundo a última pesquisa Datafolha, declara a advogada. 


Natalia Demes disse que o povo amazonense precisa se restabelecer depois do trauma durante a pandemia, e ressalta a importância da Zona Franca de Manaus.

“O povo amazonense precisa se reerguer depois do trauma que vivemos na pandemia. Nosso projeto prevê ações integradas para garantir soberania alimentar norteando diversas políticas conjuntas, para garantir produção, arrecadação e desenvolvimento econômico. A renda mínima também precisa ser revista, para que toda família amazonense tenha garantido o direito de fazer 3 refeições por dia. Sou contra a redução do IPI em 35% promovida pelo decreto do governo federal, pois são decisões que não olham para o norte e desprezam o impacto na economia da nossa região. Mesmo que haja críticos ao modelo, neste momento pós pandemia, defender os incentivos que mantêm a Zona Franca de Manaus é defender os mais de 100 mil postos de trabalho, é evitar uma catástrofe social, é defender a produção amazonense e nosso desenvolvimento sustentável. Trata-se mesmo de mais um ataque do governo federal contra a região Norte do país, principalmente o Amazonas, mostrando que foi suficiente destroçar as famílias amazonenses, usando o estado do Amazonas como cobaia para o uso de cloroquina”, ainda no bate papo. 

Caminha para mais completa frustração o sonho de mais de 4 milhões de cidadãos amazonenses de terem concluído o chamado Trecho do Meio da  BR319, realizando a interligação do Estado com a região Sul do país. Como membro da comissão de meio ambiente da OAB/AM, Natália diz que está consciente do que é necessário fazer.

“Sim, pretendo, inclusive para acompanhar o cumprimento de todos os requisitos e estudos de impacto para licenciamentos ambientais e participação das comunidades locais por onde se conduzirá a rodovia. Estive presente na última reunião sobre o atual estágio da construção da BR-319, onde foram demonstrados avanços significativos no cumprimento das etapas dos planos de trabalho”, finaliza a pré candidata.